Presidente da Sociedade Protetora dos Animais diz que voluntários arcam com as despesas e querem mais apoio do Poder Público
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
O presidente da Spavo (Sociedade Protetora dos Animais),Leonardo Brigagão, e os demais membros estão cansados de lutar sozinhos em prol dos animais. Na manhã de ontem ele esteve no Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), debatendo sobre os casos de maus tratos a animais.
Ele deseja que a Prefeitura, precisamente a Secretaria da Saúde, também ajude nos casos de maus tratos a animais, disponibilizando um lugar para que cães e gatos possam ser levados para possível adoção. Esta foi uma idéia proposta desde o ano passado durante uma reunião com a Prefeitura, mas que até agora não saiu do papel.
Brigagão declarou que está cansado de buscar alternativas e não ter a quem recorrer. Ele falou que a Spavo não tem condições de fazer mais, até porque não tem estrutura, e que deveria existir um apoio maior do Poder Público. “Nossos gastos são pagos pelos nossos próprios bolsos. Precisamos de ajuda da Prefeitura, estamos cansados de lutar sozinhos”, disse. Por mês, os membros pagam do próprio bolso consulta do veterinário, exames, cirurgias e medicamentos; não têm infraestrutura para receber os animais (abrigo, lar de passagem), além de batalharem pela adoção de cada animal abandonado.
Denúncias
Por dia, Leonardo recebe cerca de 20 ligações de denúncias de maus tratos, além de pedidos de moradores para que alguns animais sejam destinados à adoção.
Em menos de um ano no cargo, o presidente contou que pode perceber que o ser humano não está mais respeitando a vida, que engloba a si mesmo, natureza, meio ambiente e espaço físico.
A situação é tão deprimente que ele comentou um caso recente. Ao verificar a denúncia de maus tratos contra um cachorro, também pode perceber que a pessoa que o acionou não tratava bem nem mesmo o próprio filho. “Onde iremos parar assim? Logo depois que fiz o atendimento, também fiz a denúncia ao Conselho Tutelar, o amor se esfriou mesmo”, desabafou.
Para ele, mesmo com o avanço tecnológico e demais conquistas, o ser humano ainda não consegue respeitar e tratar bem dos animais. “Por trás existe uma podridão nas pessoas, gente que maltrata bicho. O abandono de animais nada mais é que o retrato de nível de maturidade e espiritualidade de uma sociedade”, falou.
Em sua opinião, Votuporanga tem conquistado muitas coisas, mas ainda falta o amor aos animais. “Eu sonho que nossa cidade seja exemplo para as demais da região”, disse.
A missão da Spavo é zelar pelos animais, fomentando o respeito à vida e a mudança de comportamentos no seio social. O animal que é abandonado fica desorientado, perde o nome e a identidade, passa por privações e maus tratos, fica sujeito a todo tipo de doença, procriação irregular, além de outros sofrimentos.