Legisladores apontam locais que são criadouros do mosquito; Meidão questiona contratação de empresa
Andressa Aoki
andressa@acidadevotuporanga.com.br
A epidemia de dengue tem preocupado os vereadores. Na sessão de ontem, os legisladores apresentaram fotos de criadouros do mosquito Aedes Aegypti na cidade. Buracos de ruas, poças, terrenos baldios e até mesmo ferros-velhos são apontados como focos do mosquito.
Empresa contratada
O vereador Mehde Meidão Slaiman Kanso questionou a contratação de uma empresa para a realização de ações de combate à dengue no município. O edital foi publicado no sábado, no jornal A Cidade. A abertura do envelope da concorrência seria ontem. Ainda de acordo com ele, o gasto com esta firma pode ser de R$4 a R$10 milhões por ano.
Meidão ressaltou que Votuporanga possui duas equipes neste segmento. “Eles trabalham em condições precárias. Já falei na tribuna que o pessoal do Sucen (Superintendência de Controle de Endemia) não tem pia e nem banheiro para lavar as mãos depois de manusear venenos. Agora, a Prefeitura vai contratar firma de fora para fazer o combate”, ressaltou.
Ferros-velhos
Meidão lembrou de uma lei, de sua autoria, que era específica sobre os ferros-velhos. “Não adianta deixar a cidade suja, tem ferro-velho em todos os pontos do município. Nossa legislação pedia a cobertura destes estabelecimentos, o que ajudaria a eliminar os focos, mas os donos pediram um prazo maior. Não podemos ficar com o mosquito, enquanto meia dúzia está ganhando dinheiro. Entre 80, 90 mil habitantes e quatro proprietários, o município tem que escolher a maioria”, disse.
Para ele, falta fiscalização. “Não adianta contratar, é preciso verificar poças, buracos. Tudo isso é criadouro”, ressaltou.
Cidade Limpa
Pedro Beneduzzi e André Figueiredo cobraram a realização do projeto Cidade Limpa, mutirão da limpeza que aconteceria em março, mas foi adiado para maio.
A iniciativa do projeto Cidade Limpa em Votuporanga neste ano é um pedido do prefeito Junior Marão para diminuir o acúmulo de lixo e entulho nas casas e, consequentemente, colaborar para a diminuição de casos de leishmaniose e dengue no município. O projeto tem o objetivo de recolher entulho e outros materiais sem utilidade, além de conscientizar a população sobre os riscos provocados pelo acúmulo de lixo e entulho. Todos os bairros do município serão atendidos.
Ele exibiu fotos de um local para descarte de lixo do Ecotudo, que está lotado. “Na poça de água, tem mosquito da dengue. Temos que pedir providências”, ressaltou.
Segundo o legislador, há mais de 800 moradores com a doença. “Até maio, quando acontecerá a Cidade Limpa, quantos casos vão ter? Vou continuar cobrando”, enfatizou.
Por sua vez, André apresentou fotos de um loteamento no bairro Colinas que serve para descarte para entulho e para criadouro da dengue. “Ali não é local adequado”, complementou.
Tarefa de todos
Para Silvio Carvalho, combater a dengue é tarefa de todos. “Não podemos fazer pulverização antes de ter casos da doença, somente quando há epidemia. Temos que rever esta questão tanto vereadores como administração municipal. Precisamos trabalhar preventivamente. A dengue precisa ser resolvida de maneira urgente”, finalizou.