Verba de R$140 mil que seria para criação de cargos de comissão gerou discussão e acusações; foram sete votos a favor, e seis contra
Projeto entrou de última hora na pauta de segunda-feira e foi aprovado em votação acirrada
Jociano Garofolo
garofolo@acidadevotuporanga.com.br
O projeto de lei número 36 de 2015, que entrou de última hora na pauta da sessão ordinária da Câmara de Votuporanga, na segunda-feira (16), tinha tudo para ser votado de forma tranquila, como mais uma suplementação de crédito ao Legislativo. Entretanto, encontrou resistência e foi pivô de uma discussão que deixou os vereadores divididos. Isso porque, segundo os que apresentaram votos contrários, destina R$140 mil para a contratação de cargos de confiança para a Câmara, no momento em que os próprios vereadores pedem cortes deste tipo de vagas na Prefeitura.
O projeto de autoria do Executivo foi aprovado por sete votos a seis. Votaram a favor os vereadores Gilmar Aurélio, Osvaldo Carvalho, Douglas Lisboa, Walter José dos Santos, Matheus Rodero, André Figueiredo e Sílvio Carvalho. Votaram contra Pedro Beneduzzi, Osmair Ferrari, Jurandir Benedito da Silva, Vilmar Ferreira da Silva, Edílson Pereira Batista e Eliezer Casali.
Os vereadores que votaram contra alegaram que faltou coerência. Segundo eles, a Câmara está cobrando do Executivo o corte de cargos de comissão. Entretanto, a verba de R$140 mil aprovada seria para a contratação de funcionários nessa mesma situação, mas para o Legislativo. Já quem votou a favor, justificou que o projeto não aprovava contratação, mas apenas a liberação da verba, que pode ser usada ou não.
O primeiro a usar a tribuna para questionar o teor do projeto, Jurandir Benedito da Silva, o Jura, destacou que o dinheiro é sim para contratações de cargos de comissão. Ele lembrou as dificuldades financeiras que passa a Administração Municipal, com ameaça de corte de funcionários para conter as despesas. “O prefeito sinaliza cortes em cargos caso não aconteça o aumento de arrecadação em todos os níveis, e com a aprovação do projeto, nossa Câmara Municipal está indo ao contrário disso”, disse Jura.
Por sua vez, Edilson Pereira da Silva, o Edílson do Santa Cruz, que também votou contra, afirmou que as comissões, em algumas vezes, estão acostumadas a assinar papéis “em cima das coxas”, ou seja, sem se aprofundar no conteúdo da votação, e pediu mais diálogo para aprovação de projetos. Ele também questionou a criação de cargos no Legislativo.
“Nosso município está numa fase ruim, e nós iremos criar cargos?”, questionou.
Ex-presidente da Câmara, Eliezer Casali falou em seu discurso que não havia necessidade de suplementar o orçamento do Legislativo em 2015, e também se posicionou contrário.