Aline Ruiz
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A Câmara Municipal de Votuporanga realizou mais uma audiência pública ontem, dessa vez foi para discutir as ações realizadas pela Secretaria de Trânsito, Transporte e Segurança no segundo semestre de 2015. Um dos assuntos mais discutidos durante a tarde foi com respeito à regulamentação dos mototaxistas do município. O secretário da pasta, Antônio Alberto Casali, disse que se os donos das empresas não contribuírem, será necessário a instalação de bolsões na cidade, que prevê a manutenção de empresas de mototáxi com acréscimo do serviço controlado pela Prefeitura.
De acordo com o secretário, existem na cidade 450 mototaxistas, desse total, 140 não estão devidamente regularizados. “Estamos fazendo um trabalho muito sério com relação à clandestinidade, temos blitz que passam pelas empresas de duas a três vezes por semana. É um problema muito sério, uma situação muito complexa. Do total de mototaxistas na cidade, 30% são clandestinos, um número grande. Se isso não melhorar, não vejo outra solução a não ser criar bolsões”, disse o secretário Alberto Casali.
Como exemplo da gravidade do problema, Casali falou sobre o curso de mototaxista gratuito oferecido recentemente na cidade. “Para se ter uma ideia, foram 25 vagas e apenas 10 pessoas participaram do curso, que foi gratuito. Nós estamos fazendo reuniões periódicas sobre o assunto e estamos debatendo muito com os próprios donos das empresas, são eles que precisam nos ajudar nessa questão”, explicou.
Em Votuporanga existem 13 empresas regularizadas na cidade e, para o secretário, os donos precisam ser mais severos. “Quando uma pessoa vai procurar a empresa em busca de trabalho, o dono precisa pedir o comprovante de curso de mototaxista e toda a documentação necessária, se não tiver, cai fora. Se tivermos essa contribuição vamos diminuir muito o número de casos clandestinos no município”, reforçou.
Um dos mototaxistas regularizados da cidade, o senhor Cícero, esteve presente na audiência pública e cobrou providências do secretário. “Alguma atitude precisa ser tomada com relação a esses casos clandestinos da cidade, porque nós, que estamos com as contas em dia, saímos no prejuízo, enquanto tem muita gente trabalhando ilegalmente. É uma falta de respeito com os trabalhadores decentes”, desabafou.
Casali finalizou dizendo que vai continuar fazendo as fiscalizações pelas empresas e reuniões com os donos em busca de firmar um compromisso. “Se não conseguirmos de forma amigável, os bolsões serão criados para acabarmos com esse trabalho clandestino. As blitz vão continuar enquanto isso não acontece, mas é muito complicado, tem muitas empresas na cidade e a notícia de que a fiscalização está por perto se espalha muito rápido e acabamos não conseguindo encontrar os clandestinos”, finalizou.