Por meio de nota, a Prefeitura de Votuporanga lamentou o ocorrido na escola e ressaltou que se trata de um fato isolado
Após conclusão do processo administrativo que investigava agressões a alunos da rede municipal, a Prefeitura de Votuporanga demitiu ontem a professora Nélia Cristina Messias da Silva.
Por meio de nota, o Poder Executivo lamentou o ocorrido, ressaltou que se trata de um fato isolado e espera que condutas como essa nunca mais se repitam no âmbito da rede municipal. “O processo de demissão de um servidor público é complexo e demorado, em consequência da legislação. Porém, a Secretaria da Educação nunca foi omissa e tomou todas as atitudes possíveis, seguindo os trâmites legais. Analisou as imagens, ouviu professores, funcionários e pais de alunos e garantiu o direito de defesa, conforme previsto em lei”, diz o comunicado.
A nota destacou ainda que a decisão só foi possível graças as imagens capturadas pelas câmeras de monitoramento das escolas, instaladas em toda a rede municipal, justamente para garantir mais segurança e tranquilidade a alunos, pais, professores e funcionários.
“Votuporanga é reconhecida pelos altos índices alcançados na área educacional, fruto dos investimentos do poder público na qualidade do ensino e do trabalho de diretores, coordenadores e professores. E são esses resultados que vão prevalecer. A Prefeitura reafirmou o seu compromisso com a educação e destacou que continuará trabalhando para melhorarar a qualidade do ensino e das escolas, sempre com foco no aluno”.
O caso
Pais de alunos do CEM Professora Anita Liévana Camargo, no Jardim Bom Clima, procuram a justiça para investigar possíveis agressões a seus filhos. Tudo começou em junho do ano passado, quando uma criança chegou em casa contando que a professora havia brigado com ela, interessada em saber mais sobre a briga, a mãe solicitou as imagens de segurança da sala de aula e diz ter ficado impressionada com as atitudes agressivas da professora.
De acordo com o advogado Hery Kattwinkel, nas imagens é possível ver a professora tentando estrangular uma criança, depois dá tapa no rosto de aluno, puxa a orelha de outro e atira uma criança na parede. “A professora chacoalha as mãos e gesticula, não tem áudio, mas dá para perceber que há agressão verbal também”.
Hery ainda comentou a situação psicológica dos professores. “Vejo que alguns educadores, para não perder benefícios, estão trabalhando sem condições e doentes, o que pode gerar uma situação como essa. Tem política da Secretaria da Educação que penaliza o educador que falta e isso tem comprometido a atuação dos educadores. Há educadores infantis que acumulam suas turmas com as dos colegas em alguns momentos, extrapolando limites e abrindo espaço para situações perigosas como esta”, disse o advogado.
Agressão em sala de aulaVídeos mostram agressão a alunos em sala de aula no CEM Profa. Anita Liévana Camargo, no Jardim Bom Clima. Pais procuraram a justiça para investigar a atitude de professora.
Publicado por Jornal A Cidade em Sexta, 19 de fevereiro de 2016