O empresário Renato Gaspar Martins, diretor da rede Santa Cruz, falou sobre as dificuldades enfrentadas no setor
Aline Ruiz
aline@acidadevotuporanga.com.br
A luta diária de todos os brasileiros é para conseguir vencer a recessão que assola o país. Até mesmo os locais onde nem é possível imaginar que a crise possa ter afetado estão sofrendo. Um deles é o setor supermercadista. Em entrevista para a Rádio Cidade, o empresário Renato Gaspar Martins, diretor da rede Santa Cruz, falou sobre as dificuldades enfrentadas, frisando que o país vive uma crise política, não econômica.
De acordo com ele, a única salvação da população é a mudança drástica na administração do Brasil.
“As pessoas costumam dizer que no supermercado não tem crise porque é um setor de primeira necessidade, mas nós sentimos uma diferença sim. O consumidor está retraído, tem gastado pouco e procurado por marcas mais em conta”, contou Renato Gaspar Martins.
De acordo com o diretor da rede Santa Cruz, o grande problema do país foi a decepção política. “Nós, do setor supermercadista, tivemos um repasse na época das eleições da conta de energia que o Governo, ao invés de aumentar, estava dando desconto. Mas isso foi tudo por política, e esse valor que foi abatido está voltando com tudo agora”, disse.
Hoje, a conta de energia nos supermercados teve um aumento de 110%. “A nossa conta de energia, por exemplo, deixou de ser o terceiro ou quarto custo e passou a ser o segundo. O primeiro lugar fica para a folha de pagamento e o segundo para a energia, um impacto de 110% na conta. Isso faz com que a gente tenha que buscar alternativas para economizar”, comentou.
No final de 2015 e o começo desse ano, Renato contou que sentiram uma grande diferença econômica por parte da indústria também. “Ano passado a indústria teria que ter feito um repasse ou viria com condições especiais atreladas ao volume de compras, ou seja, ela pediria para comprarmos uma quantidade x e aí nós ganharíamos desconto”, disse.
O empresário ainda acrescentou “hoje não acontece mais isso, a empresa mantém o desconto para pelo menos vender o mínimo possível e continuar gerando a mercadoria, se não ninguém compra nada”.
Crise política
Renato frisou que não vê perspectivas positivas para o setor. “Enquanto a atual administração não sair daquela cadeira, a crise política do país vai continuar. Porque hoje o Brasil vive uma crise política e não financeira. Os bancos estão cheios de dinheiro, mas ninguém gasta com nada, ninguém quer fazer investimento, as pessoas tem medo de perder o emprego, ficam pensando se vão ter dinheiro para fazer compras no mês seguinte, então essa insegurança para quem é assalariado, para quem é empresário vai continuar enquanto a questão política do país não mudar”, ressaltou.
Mobilização
Na oportunidade, Renato falou sobre a mobilização nacional pelo ato pró-impeachment da presidente Dilma Rousseff, que vai acontecer no dia 13 de março. Ele ressaltou a participação de Votuporanga na ação. “A mobilização aqui na cidade está marcada para acontecer a partir das 9h, na Concha Acústica, com a participação de clubes de serviços e maçonaria. Temos que tentar envolver o maior número de pessoas e fazer a nossa parte para tentar salvar o país”, concluiu.