Aline Ruiz
Votuporanga tem registradas quatro mortes por Aids neste ano, número igual ao mesmo período do ano passado. Atualmente, o município tem aproximadamente 400 moradores tomando medicação, que é o coquetel para as pessoas doentes. Em 2016, foram notificados quatro casos novos de Aids, mais 18 portadores de HIV. No mesmo período de 2015, foram 24 Aids e cinco HIV.
A melhor forma de se prevenir ainda é não compartilhar agulhas e seringas descartáveis de uso individual e usar preservativos durante a relação sexual. Contudo, os jovens não estão usando o preservativo. Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde revelou que, entre os jovens de 18 a 29 anos, por exemplo, 40% dispensam a camisinha.
De acordo com Léa Cristina Bagnola, coordenadora do Programa DST/ Aids de Votuporanga, o tratamento é realizado no município pelo Sae (Serviço de Assistência Especializada).
Ela destacou que a quantidade de jovens homossexuais contaminados com a doença tem aumentado significativamente. “Eles dizem que pegar a doença é consequência da prática sexual. Estão encarando com naturalidade o fato de não usar o preservativo”, falou Léa, ressaltando que a doença mantém a tendência de epidemia, principalmente em homens que fazem sexo com outros homens.
Tratamento
A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou recentemente que atualizará suas recomendações de tratamento para contemplar todos os indivíduos vivendo com HIV, independentemente de sua contagem de Linfócitos T CD4 – glóbulos brancos do sistema imunológico encarregados de defender o organismo do HIV. “Este será um passo importante que representará, provavelmente, a última mudança neste tipo de recomendação ao longo destes 30 anos de resposta à epidemia de AIDS”, explicou a coordenadora.
Léa ainda ressaltou que evidências científicas demonstraram que as pessoas vivendo com HIV que iniciavam tratamento mais cedo tinham uma melhor evolução da doença a médio e longo prazo, com menos complicações, menos infecções oportunistas e maior expectativa de vida, se comparadas com pessoas que iniciaram o tratamento mais tardiamente. “Além disso, estes dados também mostram que pessoas vivendo com HIV/AIDS que possuem carga viral indetectável – graças ao tratamento antirretroviral – têm uma chance muito menor de transmitir o vírus à outra pessoa além de melhorar significativamente sua qualidade de vida”, concluiu.
O SAE fica na rua Minas Gerais, 1850, bairro São João.