Em três dias de ação, três pessoas foram notificadas com hepatite C e outras seis de sífilis; as unidades de saúde estão aptas a realizar o exame
Na semana que antecedeu o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, lembrado em 28 de julho, o SAE (Serviço de Assistência Especializado) DST/ Aids da Secretaria Municipal de Saúde realizou mais de 270 testes de hepatites B e C e sífilis. A ação ocorreu entre os dias 20 e 22 de julho e faz parte da Campanha Extramuros Contra as Hepatites Virais, tendo como foco dependentes químicos dos centros de tratamento.
Em três dias, três pessoas foram diagnosticadas com a hepatite C e seis com sífilis. Além disso, neste ano, outros 60 moradores entraram em contato com o vírus B ou C da hepatite. Em 2015, os números eram relativamente maiores. Durante todo ano, 172 pessoas foram notificadas e tiveram contato com o vírus da hepatite.
A enfermeira responsável pelas hepatites virais do SAE, Stela Vieira Rodrigues Lopes, destaca que a população em geral interessada em realizar o exame para detecção das hepatites B e C pode procurar a sua unidade de saúde. “Os profissionais da rede municipal de saúde estão aptos e capacitados a fazer a avaliação, seja os testes rápidos ou mesmo os convencionais”, garante.
O diagnóstico da doença é feito por meio de exames clínicos e de sangue específicos, como o HBsAg, anti-HBC e anti- HCV.
Os vírus B e C da hepatite causam infecções agudas e crônicas, como por exemplo, a inflamação do fígado, que pode levar o paciente a desenvolver a cirrose e o câncer hepático.
Hepatite B
O vírus da hepatite B está presente no sangue e secreções. A transmissão pode ocorrer da mãe para o feto na gravidez (perinatal), durante e após o parto; pelo uso de drogas injetáveis e por transfusões de sangue (risco que praticamente desapareceu desde que o sangue dos doadores passou a ser rotineiramente analisado). As relações sexuais também são outra via importante de transmissão da hepatite B, considerada uma doença sexualmente transmissível (DST), porque o vírus atinge concentrações altas nas secreções sexuais.
Os principais sintomas da infecção aguda pelo vírus são: náuseas, vômitos, mal-estar, febre, fadiga, perda de apetite, dores abdominais, urina escura, fezes claras, icterícia (cor amarelada na pele e olhos). “A hepatite aguda pode passar despercebida, porque a doença ou é assintomática (não apresenta sintomas) ou não chamam a atenção. Outra curiosidade é que a maioria dos pacientes elimina o vírus e evolui para cura. Em menos de 5 % dos casos, a hepatite B persiste no organismo e a doença torna-se crônica, podendo evoluir sem apresentar sintomas que chamem a atenção durante muitos anos” – destaca Stela.
A vacina contra a hepatite B é a maneira mais eficaz de prevenir a infecção pelo vírus, sendo administrada em três doses - a segunda 30 dias depois da primeira e a terceira, seis meses depois da primeira. A vacinação é garantida a população pela rede pública de saúde.
Hepatite C
Na maior parte dos casos, a hepatite C não apresenta sintomas, mesmo quando o fígado já está bastante afetado pela doença. De acordo com a enfermeira, em algumas situações, pode ocorrer a forma aguda da doença provocando mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada, dores musculares, barriga d’água (ascite), perda de peso, cansaço e confusão mental. “A maioria dos portadores da hepatite C só percebe que está doente anos após o contato com o vírus, quando apresenta um quadro grave de hepatite crônica com risco avançado de desenvolver complicações” – alerta.
Ainda não existe vacina contra a hepatite C, mas os portadores do vírus devem receber a vacina para hepatite B. “A hepatite C é uma das poucas doenças crônicas que podem ser curada. Quando não é possível, o tratamento busca conter a progressão da doença e evitar as complicações”, esclarece a enfermeira.
Recomendações
Como não existe vacina contra a hepatite C, a prevenção depende de conhecer as formas de transmissão do vírus e evitá-las.
• Não utilize drogas injetáveis nem compartilhe objetos de higiene pessoal (escova de dente, lâminas de barbear), de manicure (alicates, lixas, espátulas), instrumentos para tatuagem que possam conter sangue, porque o VHC chega a sobreviver quatro dias fora do corpo humano;
• Verifique, quando for fazer exames, se agulhas ou qualquer outro objeto que entre em contato com sangue é descartável ou está devidamente esterilizado;
• Só faça sexo com preservativo;
• Antes de engravidar, faça o teste para saber se é portadora do vírus da hepatite C;
• Não consuma bebidas alcoólicas, se for portador da hepatite C, já que ingestão de álcool aumenta o risco de desenvolver as complicações da doença.
As pessoas que fazem ou já foram parte de algum grupo de risco ou mesmo aqueles que desejam saber mais sobre a sua saúde devem fazer o teste rápido ou sorologia gratuitamente na unidade de saúde pertencente. O funcionamento é de segunda à sexta-feira, das 7h às 17h.