Antonio Eden Cabral Paro foi secretário de Obras da Prefeitura de Votuporanga entre janeiro e outubro de 2011, na gestão de Junior Marão
No momento da prisão, Antonio Eden Cabral Paro negou ter cometido o crime e alegou que o dinheiro apreendido era fruto de trabalho de consultoria (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Da redação
A Polícia Federal de
Jales prendeu na manhã desta sexta-feira (2) um engenheiro civil, Antonio Eden
Cabral Paro, que presta serviços de fiscalização para a Caixa Econômica
Federal, durante a Operação ‘Liquidação’.
Segundo a PF, o
engenheiro e também ex-secretário de Obras da Prefeitura de Votuporanga entre
janeiro e outubro de 2011, na gestão de Junior Marão, havia acabado de receber
R$5 mil, sendo parte em cédulas e cheque, como propina que teria exigido de um
empresário da área de construção civil. A abordagem ocorreu próximo a agência
da CEF de Jales.
Ainda de acordo com a
PF, ele é credenciado pela Caixa para fiscalizar obras financiadas em diversos
municípios da região de São José do Rio Preto, incluindo o programa ‘Minha
Casa, Minha Vida’.
A PF recebeu
informações indicando que o engenheiro estava exigindo que pagamentos de
propina - chamados por ele de “consultoria”- fossem realizados por empresário
do ramo de construção civil para que parcelas dos financiamentos concedidos
pela Caixa fossem liberadas para pagamento. Enquanto o empresário não pagasse a
quantia exigida, o engenheiro não aprovava o andamento da obra e a parcela do
financiamento ficava bloqueada, ou seja, não era liberada pela Caixa Econômica
Federal.
No momento da prisão,
Antonio Eden Cabral Paro negou ter cometido o crime e alegou que o dinheiro
apreendido era fruto de trabalho de consultoria.
De acordo com as
informações recebidas, a Superintendência da Caixa Econômica Federal de São
José do Rio Preto foi alertada pelo empresário em dezembro de 2016, mas até a
presente data o engenheiro continuava trabalhando normalmente. A PF também vai
apurar esta informação.
As investigações vão
prosseguir objetivando a identificação da participação de outros envolvidos e
vítimas do esquema criminoso. O nome e a imagem do preso estão sendo divulgadas
haja vista informações que indicam a prática do mesmo crime em detrimento de outros
clientes da Caixa Econômica Federal, que também tiveram que pagar valores
indevidos para que as parcelas de seus financiamentos fossem liberadas.
Vítimas que
identificarem o preso pelas imagens deverão procurar a Polícia Federal para que
seja formalizada a informação. O preso será indiciado pelo crime de corrupção
passiva (artigo 317 do Código Penal) com pena de até 12 anos de prisão. Após
ser ouvido pela autoridade policial, ele será encaminhado para presídio da
região de Jales, onde permanecerá à disposição da Justiça Federal.
Em nota, A Caixa
Econômica Federal afirmou ao A Cidade que “assim que for notificada,
contribuirá integralmente para as investigações da Polícia Federal”.