A Prefeitura de Votuporanga analisa a necessidade da abertura de processo administrativo sobre o caso apresentado pela mãe
A mãe de um menino de 7 anos afirma ele foi agredido no CEM Professora Neyde Tonanni Marão
Daniel Castro
daniel@acidadevotuporanga.com.br
Um sentimento de revolta tomou conta de uma família que reside no bairro Parque Guarani, em Votuporanga. A mãe de um menino de 7 anos afirma que ele foi agredido no CEM (Centro de Educação Municipal) Professora Neyde Tonanni Marão, localizado na Estação.
A família recebeu a reportagem do A Cidade. A mãe, K.K., de 38 anos, e a criança, de 7 anos, relataram o que aconteceu. Segundo a mulher, na segunda-feira (26), seu filho chegou em casa e falou que precisava contar algo. “Ele me disse que a professora o tinha empurrado e dado com o caderno no rosto dele”, contou. Indignada com a situação, logo em seguida ela já foi até a escola, onde foi recebida por uma funcionária. Esta lhe informou que a diretora não estava. “Fui mal recebida. A mulher não deixou nem eu entrar para explicar o que tinha acontecido; falou comigo pela fresta do portão, porque disse que estava sozinha”.
Na sequência, a mãe procurou a polícia, que a orientou para primeiro procurar a escola. “Na hora que meu filho me contou, eu fui no impulso na escola e na polícia, porque queria ajuda”, falou.
No dia seguinte, K.K. foi até o CEM, conversou com a coordenadora e foi orientada a procurar a Secretaria Municipal da Educação. A mãe, então, buscou a Secretaria e, posteriormente, fez o protocolo para poder assistir à gravação das câmeras de segurança.
Na manhã de quinta-feira (29), ela, acompanhada por sua mãe, viu as imagens junto com membros da Secretaria de Educação. “Levei minha mãe como testemunha. Vimos bastante tempo de gravação, mais de uma hora, e os fatos principais acontecem entre 8h25 e 8h30”, contou. Conforme ela, nesse trecho são vistos o momento em que seu filho está de pé e a professora usa a mão para que ele sente, e outro em que ela pega o caderno encosta no rosto do menino e empurra.
Em outros trechos, conforme a mãe, a professora demostra, por meio dos gestos, estar bastante alterada. “Em um momento no refeitório, caiu um pouco de comida fora do prato, então ela disse para o meu filho: ‘ou você limpa ou eu esfrego sua cara aí’. Dá para ver o que ela fala no vídeo, e o meu menino já tinha me contado”, explicou.
K.K. revelou ainda que nas imagens é possível constatar que a professora trata mal, verbalmente, outras crianças. “Pelo jeito que ela articula, dá para ver. Ela não tem nenhuma condição de estar em uma sala de aula”, frisou. Na Polícia Civil, o boletim de ocorrência registrado pela mãe é de maus-tratos.
Em menos de três meses, é o segundo caso em que educadores são acusados de agressão no CEM Professora Neyde Tonanni Marão.
Humilhação
Conforme a mãe, os fatos não deixaram marcas aparentes no filho, no entanto, ele se sentiu humilhado. “Ele disse: ‘mamãe, todo mundo riu de mim’. No vídeo, a gente percebe que ele enrola a blusa na mão e quer chorar. Depois desse dia, ele não foi mais na escola, e disse que não quer ir mais”, comentou.
K.K. espera que a justiça seja feita. Ela já solicitou que a partir do próximo semestre o seu filho seja colocado em outra sala de aula. “Estou sem confiança, então como eu vou trabalhar sem saber como meu filho está?”, questionou.
Após a denúncia, segundo a mãe, o menino está ainda mais receoso de voltar. “Ele me disse: ‘mamãe, agora que ela vai me bater mesmo’. Espero justiça”, concluiu.