Claudete Garcia Leal, de 44 anos, luta há seis anos contra um câncer; ela está em tratamento pelo HB de Rio Preto
A professora Júlia Guimarães Riva ao lado da aluna Claudete Garcia Leal; ela foi diagnosticada há seis anos com câncer (Foto: Gabriele Reginaldo/A Cidade)
Gabriele Reginaldo
gabriele@acidadevotuporanga.com.br
Claudete Garcia Leal, de 44 anos, é aposentada e um exemplo de mulher que tem amor e luta pela vida. Ela foi diagnosticada há seis anos com câncer nas pernas, fígado, pulmão e medula. Hoje, ela está em tratamento paliativo pelo Hospital de Base de São José do Rio Preto.
“Os médicos falam que é fase terminal, mas eu estou aqui muito viva para provar que não existe isso. Só Deus que determina. É um câncer muito raro, que dentro de 1.000 pessoas dá em uma, segundo os médicos. Já tomei todos os tipos de quimioterapia que poderia ter tomado. Eu estava tomando uma quimioterapia importada em casa e estava dando certo, mas o Governo não envia a medicação há três meses. Estou tomando medicamento para não ter dores e os médicos nunca me enganaram. Estou viva e na luta. Cabe a mim escolher a melhor parte, que é estar feliz e viver. Apesar dos problemas e dificuldades, acordar e viver é muito bom e é isso que eu quero”, contou ao A Cidade neste Dia Internacional da Mulher.
Ela disse à reportagem que encontra felicidade na dança do ventre, que descobriu há quatro anos em Votuporanga. Claudete Leal afirmou que a dança eleva a auto-estima e a faz esquecer a doença que a acometeu. “A dança pra mim é tudo. Ficamos mais bonitas, temos as roupas e as maquiagens e a paciência que a professora tem com cada uma. Quando eu danço, eu nem lembro que a doença existe”, afirmou Claudete.
Emocionada, ela afirmou que “se acontecer algo e eu não puder mais dançar por causa da minha perna, porque pode ocorrer por causa da medula e porque perdi a circulação de duas veias e minha perna está debilitada, eu vou arrumar um jeito de dançar de todo jeito”.
Questionada sobre o Dia Internacional da Mulher, ela afirmou que não se deve destinar apenas um dia à mulher. “Não é só esse dia, eu acredito que o ano inteiro é da mulher. Somos lindas e maravilhosas e é uma data importante para ser lembrada. Ainda existe muita discriminação contra a mulher na sociedade, mas as mulheres podem. Desejo tudo de bom nesse Dia Internacional da Mulher e que não existam preconceitos”.
Dança
Para a professora de dança do ventre de Claudete Garcia Leal, Júlia Guimarães Riva, afirmou que a dança ajuda a mulher de forma geral, como atividade física e melhora da auto-estima.
“A pessoa percebe que ela é capaz em qualquer idade com a dança. Percebo bastante isso nas minhas alunas, que começam a dançar e se sentem melhor. A dança do ventre faz a gente se vestir diferente e se maquiar, então elas se veem de uma forma que não imaginavam e vão para o palco. No caso da Claudete, ela já aprendeu e desenvolveu bastante. A dança a ajuda não só fisicamente como também emocionalmente. A dança trouxe muitos benefícios”, afirmou a professora ao A Cidade.