João Cury Neto, secretário estadual de Educação, foi entrevistado pela Cidade FM (Foto: A Cidade)
Daniel Castro
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Quem cumpriu agenda de trabalhos em Votuporanga nesta terça-feira (2) foi o secretário estadual da Educação, João Cury Neto. No município, ele foi entrevistado pela Cidade FM, oportunidade em que falou sobre a remuneração dos professores.
“São Paulo não pode ser um estado que paga o que paga pelas condições que tem. O estado mais rico da federação, o que tem condições e receitas diferenciadas, pode e deve pagar melhor o nosso quadro do magistério”, destacou.
João lembrou que a rede estadual é de alta complexidade e gigante, uma das maiores do mundo. “Então, não dá para você administrar da Praça da República, ficar lá encastelado com meia dúzia de assessores porque as chances de errar são muito grandes, então temos o compromisso de estar perto da rede”, falou. Ele acrescentou que é importante estar perto “do chão da escola, onde as coisas acontecem”, por isso faz questão de visitar os municípios.
Questionado sobre como encontrou a educação no Estado de São Paulo, o secretário respondeu que o seu sentimento é de que existem avanços na Rede Estadual. O grande desafio do Brasil nos últimos 30 anos, apontou, foi universalizar, dar condição de acesso. Atualmente, conforme ele, dificilmente um jovem de 14 não tem uma vaga na escola. “Então, hoje o grande desafio do país não é botar o aluno na escola, mas sim oferecer qualidade, ou seja, uma educação de qualidade”, frisou.
Ao mesmo tempo em que analisa o avanço na universalização, Cury aponta que o país ainda deve na qualidade. Na visão dele, um bom cenário para a educação evoluir é quando estado e município trabalham juntos, em regime de colaboração, quando o dirigente conversa com a rede e quando os professores fazem a diferença apesar de todas as adversidades. Ele garante que há muitos professores quem fazem a diferença na comunidade em que a escola está inserida. “Quando você consegue todas essas condições, e não é fácil, o resultado é excepcional, então precisamos que esse tipo de situação aconteça em todo o estado.
O secretário disse que não gostou da nota o Estado de São Paulo no Ideb, uma vez que SP pode render muito mais. Com o resultado o estado perdeu para Goiás, Espírito Santo e Pernambuco. Agora a sua pasta faz uma profunda reflexão do que deve continuar e do que deverá ser mudado.
João avalia que o modelo educacional está em fase de esgotamento, tanto é que existe uma proposta de reforma no Ensino Médio, porque há um consenso que o modelo está esgotado. “Os alunos não olham mais para a escola pública e não sentem prazer muitas vezes de ir para as aulas. Muitos dizem que vão porque é obrigação”, falou. Cabe às autoridades, acrescentou, fazer com que os estudantes tenham prazer em ir para a escola, que os professores sejam melhor remunerados e tenham melhores condições de trabalho. “Para isso, estou ouvindo a rede para conhecer as dificuldades, e estamos apresentando uma série de propostas, e já até implementamos algumas delas, que estão dando para nós respondermos alguns desses reclames que a rede tem”, disse.