Franclin Duarte 
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Em meados de julho a Secretaria Municipal de Saúde de Votuporanga adotou protocolos que ampliaram a testagem de pacientes com síndromes gripais em toda a cidade. Com isso, desde o início da pandemia, mais de 11 mil votuporanguenses (11,7% da população) foram submetidos ao exame do coronavírus, sendo que 32,1% dos exames (3.595) deram positivo e 7.596 negativo. 

Levando em consideração a população estimada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2020 no município, que é de 95.338, cerca de 3,7% dos moradores da cidade já foram infectados pela Covid-19 entre o primeiro caso em 31 de março e anteontem, 2 de setembro, data da última atualização do boletim oficial do Departamento de Vigilância em Saúde.

Os números do coronavírus em Votuporanga começaram a disparar a partir do mês de julho, coincidentemente quando a testagem passou a ser massificada e houve uma “migração” da doença das capitais para o interior em praticamente todo o país. A cidade chegou aos 100 casos positivos no dia 6 de junho, 30 dias depois esse número disparou para 646, ultrapassando a marca dos mil casos dez dias depois, em 16 de julho. De lá para cá, mais 2.595 votuporanguenses contraíram a doença, uma média de 52 testes positivos por dia.  

Mortes 

Ao longo desse período houve também o registro de 68 mortes em decorrência de complicações da doença. A primeira foi confirmada no dia 10 de maio e depois disso 41 homens e 26 mulheres perderam suas vidas, uma taxa de mortalidade de 1,9%. 

Os óbitos estão concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando 82% das mortes. Outros oito votuporanguenses com idades entre 50 e 59 anos também perderam suas vidas, assim como outros quatro com idades entre 30 e 49 anos. 

Comorbidades 

Mais de 91% dos óbitos estão associados a alguma comorbidade (doenças pré-existentes). A que mais matou foi a cardiopatia, que estava presente em 58,8% das vítimas no município. A diabetes associada com o coronavírus também fez um grande número de vítimas, cerca de 33, 8%. 

Luta pela vida 

Antes de morrerem, no entanto, as vítimas da Covid-19 de Votuporanga lutaram, em média, 17 dias pela vida, entre os primeiros sintomas e a data do óbito. É o que revela um levantamento do A Cidade junto ao registro oficial da Vigilância Epidemiológica.

A votuporanguense que mais lutou contra a doença foi uma mulher, de 51 anos. Entre os primeiros sintomas e a confirmação da morte foram 44 dias, sendo que 35 deles ela passou internada.