É a primeira vez que o aposentado Claudecir Adalberto Rosseto, também conhecido como Copeu, ‘veste o manto’ de Papai Noel
Agora aposentado, o senhor Rosseto se vestiu como Papai Noel pela 1ª vez para encantar os pequenos que passassem pelo Porecatu da avenida Brasil (Foto: Arquivo pessoal)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
Antes da pandemia, a rotina do senhor Claudecir Adalberto Rosseto, também conhecido como Copeu, que, na época, trabalhava como representante comercial, era focada nos negócios, com viagens para fora do estado. Agora, seus dias, além de mais calmos, estão preenchidos pelos risos das crianças.
Isso porque, neste ano, sua vida passou por uma guinada. Agora com 61 anos e aposentado, o senhor Rosseto se vestiu como Papai Noel pela primeira vez, para encantar os pequenos que passassem pela sua “casinha” na unidade do supermercado Porecatu que fica na avenida Brasil. Hoje, inclusive, é o último dia que ele estará por lá, até as 19h.
O jornal A Cidade conversou com Copeu para conhecer sua história. Ele contou como foi parar na poltrona do Bom Velhinho no supermercado e o que está achando da experiência inédita na sua vida.
Vestindo o manto
Até 2020, o senhor Rosseto estava na correria do cargo de representante comercial. Depois, se aposentou. Isso acalmou sua rotina, apesar da preocupação com o avanço da Covid em Votuporanga, onde mora há mais de quatro décadas. Eis que, em novembro deste ano, Copeu recebeu um convite do Porecatu para “vestir o manto” de Papai Noel. Ele aceitou e, desde 22 de novembro, tem sentado na poltrona do Bom Velhinho de domingo a domingo no supermercado.
“Eu estou muito feliz por poder trabalhar com crianças e ser algo inédito para mim. É muito gratificante estar em contato com as crianças e poder ver a alegria delas. Estou muito feliz por isso e até já pensando em aceitar novos convites, porque está sendo muito legal”, contou.
Fãs
O senhor Rosseto também estimou que cerca de 80 a 100 crianças passam pela sua “casinha” no supermercado para tirar fotos e pedir presentes diariamente. Além de conversar com elas, ele dá algumas balas de presente.
“Todas as crianças pedem presentes e têm a esperança de que o Papai Noel vai visitá-las e levar o presente. Eu falo que vou passar com o trenó e as renas e peço para eles colocarem capim para as renas e biscoitinhos para o Papai Noel. Elas falam que vão fazer isso e ficam com essa esperança de receber”, contou o senhor Rosseto.
Falando assim, parece uma cena fofa. E é mesmo. Mas é preciso tomar alguns cuidados na hora de lidar com as crianças neste tipo de situação, conforme explicou Claudecir.
“Eu sempre pergunto aos pais se posso colocar o presente no trenó antes de dizer para a criança que vou levar o presente, porque não posso prometer que vou levar, sendo que, às vezes, os pais não podem comprar ou não vão comprar aquele presente que a criança quer. É que hoje em dia as crianças pedem tablets e celulares, o que são coisas difíceis para alguns pais darem”, disse.
O aposentado também contou que não são apenas as crianças que pedem para tirar foto com ele – e isso está relacionado com a sua parte favorita deste trabalho.
“Além do contato com as crianças, o que eu mais gosto é reviver o sonho de criança das pessoas. Tem muitos adultos e até idosos pedem para sentar ao lado do Papai Noel para tirar foto, porque na infância não tiveram a oportunidade para isso. Muitos jovens e casais também pedem. Isso é muito gostoso”, disse.
Em casa
A informação sobre o novo, digamos, alter ego do senhor Rosseto já circula pelos grupos da sua família. E, claro, todos estão na expectativa de que ele seja o Papai Noel na confraternização deste ano, que vai acontecer num sítio da família, em Américo de Campos, onde Copeu nasceu e foi criado.
“Minha filha já quer que eu vá vestido de Papai Noel para entregar o presente para as crianças. E eu, com certeza, vou sim. Já tenho a roupa e os apetrechos, né? Eles que iam dar os presentes para as crianças, mas agora vão dar para mim, para eu entregar para elas na confraternização da família”, contou.
A HISTÓRIA DO PAPAI NOEL
O Papai Noel é um pastiche de tradições de diferentes épocas e origens. Tudo começa na determinação da data no Natal. 25 de dezembro foi escolhido pelo Império Romano séculos após a morte de Jesus, por corresponder à data do solstício de inverno no hemisfério norte. Neste dia, já havia uma festa em homenagem ao Deus zoroastra Mitra, representante do Sol.
Papai Noel, por sua vez, era Nicolau, bispo de Mira, cidade turca. Viveu no século três. Uma das lendas sobre São Nicolau é que ele retirou a carga de cereais de um navio para alimentar o povo da cidade – depois, fez com que novos cereais aparecessem no porão da embarcação, evitando que os marujos fossem punidos por doar a carga.
Isso o tornou adorado pelos marinheiros. Principalmente os da cidade costeira de Amsterdã, na Holanda, onde ele se chamava Sinter Nikolass, que depois foi abreviado para Sinterklass, que em Nova York (cidade fundada pelos holandeses como Nova Amsterdã) se tornaria Santa Claus.
A versão atual do Papai Noel, de bochechas vermelhas, jeitão de elfo, trenó e entradas furtivas pela chaminé, está em um poema escrito pelo professor de teologia americano Clement Clark Moore para os filhos em 1822. Ele tinha vergonha da composição, mas ela viralizou nos jornais da época.
Nessa altura, mitos como os elfos ajudantes (que vêm de tradições nórdicas pagãs) já haviam sido incorporados ao Papai Noel em si. Bem como as renas, que foram popularizadas graças a um desfile da loja de departamentos Macy’s.
*Com informações da revista Superinteressante