Cidade
Empresa de Votuporanga é acusada de dar ‘calote’ em clientes; defesa nega
Clientes alegam que compraram os equipamentos da empresa Body Sport entre 2020 e 2021, mas, até hoje, ainda não os receberam
publicado em 12/04/2022
Entre as denúncias mostradas no programa estava a de Camila Silva, que encomendou os equipamentos em 2021, mas não os recebeu (Imagem: Reprodução/Record)
Pedro Spadoni
pedro@acidadevotuporanga.com.br
A empresa votuporanguense Body Sport, que comercializa equipamentos para academias, tem sido acusada por diversos clientes de não entregar os produtos após a compra. Eles alegam que fecharam os pedidos entre 2020 e 2021 e que o prazo combinado com a empresa para a entrega foi de três a seis meses – mas, até hoje, eles ainda não receberam os tais equipamentos.
O caso ganhou repercussão nacional e foi parar no quadro “Patrulha do Consumidor”, do apresentador e deputado federal Celso Russomanno (Republicanos), que faz parte do programa Cidade Alerta, da emissora Record. O programa mostrou o vídeo da denúncia de Camila de Sousa Silva, que tinha o sonho de abrir uma academia de musculação com o marido. Eles prepararam o espaço e encomendaram os equipamentos na metade ano passado, mas ainda não receberam os produtos.
“A gente manda mensagem e não respondem. A gente liga e não atendem. Quando respondem, a única coisa que falam é que estão sem previsão para a entrega e que se eu quiser entrar na Justiça, que eu entre, porque eles não têm condição de devolver nosso dinheiro. Nós demos R$ 70 mil de entrada e parcelou o restante para a entrega de três meses e eles falaram que nesses três meses iriam me entregar as máquinas. Nós fizemos o maior esforço para arrumar o ponto. Pintamos, colocamos espelhos, compramos as anilhas e nada. Eles não dão resposta, não atendem e dizem que se a gente quiser receber, que entre na Justiça”, disse ela, no vídeo.
Na edição do último fim de semana, o caso voltou a aparecer no quadro, que, além de exibir o posicionamento da Body Sport – que exigiu seu direito de resposta – trouxe outras nove denúncias relacionadas à empresa.
Denúncias
Entre as novas denúncias exibidas pelo programa estava a do educador físico Eduardo Ribeiro Vasconcelos. “Fiz uma compra com a empresa Body Sport em novembro de 2020. Eles não me entregaram as máquinas, não dão soluções para esse problema e também se negam a fazer a devolução do dinheiro já investido”, disse.
Os outros relatos exibidos na edição do programa, no último fim de semana, seguem um padrão semelhante. “Nós compramos vários equipamentos deles em fevereiro de 2021. Eles prometeram entregar em 90 dias e não entregaram. Já vai fazer mais de um ano e nós não temos os equipamentos. Pagamos a vista e essa empresa irresponsável não nos entregou. A gente liga para o Diogo e os vendedores, que sempre arrumam alguma desculpa”, contou o também educador físico Gabriel Afonso Borges.
No caso da dentista Maria Beatriz Martins, ela relatou que houve mais cobranças por parte da empresa. “Em agosto de 2020, eu realizei a compra de equipamentos de academia. O pagamento dessa compra foi efetuado à vista. Após o prazo dado pela empresa, comecei uma sessão de cobranças, com ligações e mensagens. Muitas dessas ligações eram rejeitadas e meu número do WhatsApp e redes sociais foram bloqueados pela empresa. Para a minha surpresa, em 2021 eu recebi uma mensagem do setor jurídico da empresa me informando que eu teria que pagar o dobro do valor para poder receber minhas máquinas. Eu não concordei com esse acordo, acabei entrando com um processo na Justiça, que até hoje também não tive resultado. Novamente, eles tentaram entrar em contato comigo, me fazendo uma nova proposta, que seria pagar cerca de três vezes o valor das máquinas de forma à vista para eu poder recebê-las”, relatou.
Já o personal trainer Mauricelio da Silva Pereira chegou a receber parte da encomenda de equipamentos – mas ainda apontou problemas no processo. “A gente comprou uma academia completa e não recebemos um terço dos equipamentos. E os que recebemos estão com defeito. Estamos no prejuízo. Passei mais de um ano pagando aluguel, esperando os equipamentos, que tinham prazo de entrega de 90 dias e eles não entregaram”, contou.
No caso do educador físico Fabrício Daneu Rodrigues, a compra foi de quase R$ 200 mil. E, como na maioria dos outros casos exibidos no programa, nenhum equipamento foi entregue. “A gente fez uma compra na empresa Body Sport, na qual desembolsei R$ 170 mil, há dois anos, e olha como está a minha academia. Estou há dois anos esperando as máquinas ou a devolução do meu dinheiro. Dois anos que não durmo direito, dois anos que fico pensando todo dia nesse cara que aplica golpes nos outros. Ele é muito perigoso para a sociedade”, disse.
Outro lado
O jornal A Cidade pediu um posicionamento sobre as denúncias para o jurídico da empresa, feito pelo escritório “Filasi & Barbosa Advogados”, que se posicionou por meio de uma nota enviada à redação.
“Durante a pandemia, muitos clientes da empresa Body Sport adquiriram os materiais e pagaram somente a entrada dos valores devido no contrato, estando, até a presente data, em aberto, totalizando a quantia de aproximadamente R$ 800 mil de prejuízo ao caixa da empresa. Situação esta que causou um desequilíbrio financeiro, refletindo no fornecimento dos produtos para os demais clientes”, explicou o escritório, em nota (confira o texto na íntegra ao final desta reportagem).
A equipe jurídica da empresa também alegou que alguns dos clientes da empresa - tanto que ainda não receberam quanto que já receberam e ainda não pagaram - criaram uma página no Instagram, onde estão fazendo ameaças ao dono da empresa, bem como seus familiares.
TERMO DE DECLARAÇÃO AO JORNAL A CIDADE
A empresa Body Sport, com sede em Votuporanga desde 2019, atua no ramo de venda de materiais/aparelho de ginástica. É certo que, desde a sua fundação, a empresa contribuiu para o crescimento financeiro da cidade, pois, além de vender seus equipamentos, gerou empregos aos munícipes.
É fato que a empresa possui uma cartela com mais de 400 clientes satisfeitos em todo o território nacional. Contudo, desde o início da pandemia de Covid-19, infelizmente, a empresa foi diretamente afetada, assim como muitas outras em todo o Brasil, pois, segundo dados do jornal Folha de São Paulo, mais de 600 mil empresas fecharam as portas no país durante a pandemia.
Vale informar que a empresa Body Sport estava com aproximadamente 50 clientes que ainda não haviam recebido os materiais, mas, desde o início deste ano, já efetuou 22 composições cíveis, restituindo assim os clientes. Fato que demonstra que a empresa nunca teve a intenção de causar prejuízo a nenhum cliente.
Importante destacar que, durante a pandemia, muitos clientes da empresa adquiriram os materiais e pagaram somente a entrada dos valores devido no contrato, estando, até a presente data, em aberto, totalizando a quantia de aproximadamente R$ 800 mil de prejuízo ao caixa da empresa. Situação esta que causou um desequilíbrio financeiro, refletindo no fornecimento dos produtos para os demais clientes.
Deste modo, é necessário analisar a questão de maneira imparcial, analisando a correlação entre a inadimplência destes clientes com a falta de recurso para atender os pedidos de outros clientes. Não se tratando assim de fatos isolados, pois em âmbito empresarial conforme ocorre entrada de ativos, estes são convertidos em fornecimento para demais clientes.
Contudo, a empresa adota uma conduta ética e não irá expor nenhum de seus devedores aos meios de comunicação, haja vista que todas as pendências devem ser resolvidas em litígio judicial e não midiático.
Em contrapartida, alguns dos clientes da empresa que ainda não receberam os materiais e alguns que já receberam e ainda não pagaram, além de ir buscar respaldo nas vias midiáticas, ainda criaram uma página no Instagram e estão fazendo ameaças ao sr. Renato, bem como seus familiares.
Por fim, a empresa Body Sport consigna-se que está totalmente à disposição de todos os seus clientes para resolver a questão, através de uma composição civil, para não ocasionar nenhum prejuízo a ambas as partes, logo que trata-se de pessoa jurídica que sempre pautou com honestidade com seus clientes.
Equipe de advogados: Haislan Filasi Barbosa, Ariany Lopes Leu Filasi, Heliomar Baeza Barbosa, Higor Filasi Barbosa e Juliana da Silva Jacinto.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
Endereço da notícia: www.acidadevotuporanga.com.br/cidade/2022/04/empresa-de-votuporanga-e-acusada-de-dar-calote-em-clientes-defesa-nega-n72632