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Cidade
Dia do Trabalho: mulheres se destacam no mercado, mas ainda ganham menos em Votuporanga
Elas já tomam conta de mais que 48% dos postos de trabalho da cidade, mas chegam a ganhar até 25% menos que os homens
Enquanto se inicia a preparação para as comemorações do Dia do Trabalho, celebrado na segunda-feira (1), números da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) – que traçam um perfil de todos os trabalhadores votuporanguenses – revelam que, em que pese o avanço das mulheres no mercado de trabalho, elas ainda ganham menos do que os homens. A discussão sobre isso é antiga e polêmica, mas merece ainda mais reflexão em uma data que foi criada para debater os direitos do trabalhador.
De acordo com os dados levantados pelo A Cidade, mesmo com uma população feminina bem maior, os homens ainda são maioria no mercado de trabalho. As mulheres, porém, já tomam conta de mais que 48% dos postos de trabalho da cidade, mas chegam a ganhar até 25% menos que os homens Ao todo, ainda com base nos números da Rais, 12.709 mulheres estão empregadas em Votuporanga, a maioria delas no setor de serviços (7,1 mil). Outra boa parte está no comércio (3, 1 mil) e em terceiro lugar vem a indústria, com cerca de 2,3 mil mulheres empregadas. A remuneração média das mulheres é de R$2.508,10.
Já os homens ocupam 13.549 postos de trabalho, a maioria deles no setor industrial (4,8 mil) seguido pelo setor de serviços, onde há 4,1 mil homens trabalhando e depois o comércio com 3,6 mil trabalhadores do sexo masculino. A remuneração média deles é de R$ 2.839,08.
Desigualdade É nessa questão salarial que chama a atenção a desigualdade ainda existente entre homens e mulheres. No setor de serviços, por exemplo, a remuneração média delas é de R$2,8 mil enquanto a deles é de R$ 3,2 mil, uma diferença de cerca de 14%. Na indústria discrepância é ainda maior. Enquanto as mulheres ganham em média R$ 2 mil, os homens recebem cerca de 25% a mais, ou seja, aproximadamente R$2,6 mil.
Essa realidade, contudo, não é novidade. Segundo o professor mestre, Sileno Marcos Araujo Ortin, coordenador do curso de Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Futura de Votuporanga, trata-se de um problema cultural, que está muito atrelado ao modelo familiar das empresas da região.
“Isso vem do passado, um fator muito cultural do patriarcado. Muito se atrela essa condição à questão da força física para o caso de trabalhos braçais, onde se pensa que a mulher não produz tanto quanto o homem, mas pelo contrário, existem mulheres muito mais produtivas. No setor técnico, então, elas dão de lavada nos homens, pois são muito mais organizadas, salvo algumas exceções, é claro”, disse.
Sileno destacou, porém, que essa realidade vem mudando com o tempo e para que isso seja extinto de uma vez por todas é preciso que as mulheres estejam cada vez mais preparadas e ocupem o seu espaço.
“A mulher não pode aceitar essa realidade. As mulheres cada vez mais precisam buscar qualificação, não ficar na zona de conforto e quando se deparar com situações de desigualdade salarial ela precisa procurar uma recolocação. Essa mentalidade está mudando e cada vez mais as grandes empresas procuram não por homens ou por mulheres, mas sim por profissionais qualificados. Portanto, qualificação é a chave para mudar essa realidade”, concluiu o professor.
Notícia publicada no site: www.acidadevotuporanga.com.br
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