Anderson Ricardo Neves foi condenado a 19 anos de reclusão, a ser cumprido em regime inicial fechado, sem direito de apelar em liberdade. O julgamento aconteceu ontem, no Fórum de Votuporanga, sendo presidido pelo juiz de Direito da Comarca, Jorge Canil.
Ele foi considerado como culpado pelo Conselho de Sentença por ter matado com 26 golpes de faca sua ex-mulher, Gislaine Aparecida Ferreira, de 27 anos, em 7 de setembro de 2012. O crime aconteceu em Parisi, em um sítio localizado na comunidade rural da Tabuleta.
No dia do fato, Neves teria tentado matar com um podão o policial militar que foi até o local para atender a ocorrência. Desta acusação, ele foi absolvido ontem.
Outro crime que Neves foi condenado foi por dano. No momento que o policial estava se defendendo das investidas, Neves incendiou a viatura da Polícia Militar. Por esta conduta, ele deverá pagar nove meses de detenção, em regime inicial fechado, e nove dias-multa.
Relatos
O cunhado de Neves, Ronaldo Ferreira Neves, testemunhou que no dia ouviu os gritos da vítima. Ao chegar no local, encontrou Gislaine caída. Ele disse que chegou a ouvir a vítima pedindo que Neves parasse com os golpes, chamando-o de “Rick”, apelido que o jovem tinha na família.
Ele contou que o casal, que tinha dois filhos, já havia se separado algumas vezes, mas que a vítima estava decidida a seguir sua vida.
O policial militar também foi ouvido pelo juiz. Ele alegou não ter atirado para se defender da investida com o podão porque a corporação preza em preservar a vida. O policial falou também que havia espaço para se afastar.
Opinião
O promotor João Alberto Pereira foi o responsável pela acusação no júri de ontem. Ele disse que não irá recorrer da sentença aplicada pelo juiz Jorge Canil. “Eu esperava uma pena assim”, frisou.
Pereira acompanhou o processo desde o flagrante. Em sua opinião, o modo como Neves matou a ex-companheira mostrou muita frieza. “Foram 26 facadas. Em 30 anos de trabalho no Ministério Público, muitos casos me chocaram, e este também. Ele matou com crueldade, frieza, atraindo a vítima que não pode se defender”, falou.
Defesa
O advogado Fábio Luiz Binati não gostou da sentença dada pelo juiz. “Irei recorrer”, adiantou.
Na opinião do defensor, existiu excesso na pena. “Meu cliente é réu primário, mas nada justifica o que ele fez. Alego que foi alta a sentença porque o máximo deveria ser de 15 anos”.