Comerciantes e vizinhos do local onde Vanair Nazário foi atropelada pedem reativação de radar e mudança nas faixas “estreitas”
Jociano Garofolo
Comerciantes e moradores da avenida Antônio Augusto Paes estão preocupados e assustados com a violência no trânsito que, na última semana, voltou a ser mortal naquela região da cidade. Após o atropelamento por um caminhão que resultou na morte da conhecida empresária Vanair Nazário, quando descia do automóvel dela. Quem vive e trabalha por lá espera que o poder municipal se preocupe para melhorias urgentes. As maiores reclamações são com relação ao excesso de velocidade e ao espaço estreito entre a faixa de estacionamento e as outras duas de fluxo livre de veículos.
A avenida Antônio Augusto Paes, com mudanças que aconteceram no trânsito nos últimos anos, passou a receber grande quantidade de veículos da rodovia Euclides da Cunha (SP-320), da estrada vicinal Hebert Mequi, que liga a Álvares Florence, novos loteamentos e dos bairros da Zona Norte da cidade, por meio da avenida Horácio dos Santos. A via chegou a ganhar um radar fixo, quase em frente ao local do último acidente, que foi desinstalado meses depois e hoje não funciona.
O acidente que vitimou Vanair aconteceu na tarde da última quinta-feira, dia 2, pouco antes das 16h. Ela estava chegando à sua empresa, a “Vana Stilo”, e estacionou seu automóvel, um VW Santana, regularmente na avenida. Quando havia acabado de sair do carro, e estava ao lado da porta, foi atropelada por um caminhão, sofrendo fraturas, inclusive expostas, nas pernas. Ela foi levada à Santa Casa, mas faleceu na noite de sexta-feira (3).
A equipe de reportagem do A Cidade voltou ontem ao quarteirão onde aconteceu o acidente e encontrou os moradores e comerciantes vizinhos assustados. Eles relataram que aguardam que a morte motive melhorias, para evitar que novas tragédias ou acidentes graves aconteçam. Segundo os depoimentos, carros e até caminhões passam por lá em alta velocidade. A avenida, dividida em três faixas, sendo uma para acostamento, é considerada estreita por eles, e é necessário muita cautela para subir e descer de veículos estacionados.
Uma comerciante, Marinete Rui Comini, que possui loja de confecções ao lado da Vana Stilo e que conhecia bastante Vanair, disse que tem medo que algo parecido aconteça com clientes e até com funcionários da loja. Já Antônio Madalosso, que mora há 52 anos na Vila Paes, culpa a alta velocidade pela maioria dos problemas e perigos.
O que dizem os moradores da Vila Paes
“Há medo, principalmente pelas crianças que atravessam a avenida. A gente toma cuidado, mas os veículos passam muito rápido, e os pedestres têm a visão prejudicada. O que aconteceu com a Vanair podia ter sido com qualquer um que mora e trabalha por aqui. A porta do motorista sempre fica para rua, perto de carros, caminhões. Pedimos radar, semáforo, ou uma faixa só para os veículos passarem, e não duas. Por aqui já chegou a registrar três acidentes na mesma semana”.
Marinete Rui Comini, comerciante
“Bem perigoso. Mas atualmente, está pior. Quase não há faixas de pedestres”.
Priscila Ribeiro, balconista
“Hoje ninguém tem tranquilidade. Quando tinha radar estava ótimo. Os veículo passavam devagar. Acho que tem que morrer mais alguém para fazer alguma coisa, e olhe lá”.
Patrícia Perez, vendedora
“As faixas são muito estreitas, tem que tomar muito cuidado para entrar e sair dos veículos, já que carros, ônibus, motos e caminhões passam bem perto. Nós, moradores, temos que ficar atentos a todo momento”.
Antônio Madalosso, vendedor
“Não pode ter duas faixas. Outro dia, uma moto foi atingida por um carro por causa do aperto. E para piorar tiraram o radar”.
Eliete Soares, empregada doméstica
“O movimento é bastante intenso e, após isso que aconteceu com ela (Vanair), a gente fica assustado. Quando tinha o radar, percebi que diminuíram os acidentes”.
Alexandre Mendes, borracheiro