Secretaria da Saúde alega que não comparecimento é a principal causa; só em agosto, 242 pessoas faltaram a exames
sabela Jardinetti
Há seis meses em Votuporanga, a médica cubana Marlene de La Caridad Peres Sanches, conversou com o Jornal A Cidade ontem, e fez um balanço de sua experiência na cidade. Apenas uma coisa a incomoda muito, a demora para um paciente fazer um exame ou conseguir uma consulta com um especialista.
A Secretaria da Saúde informou que o não comparecimento de pacientes nas consultas e exames é um fator que tira a vaga de muitas pessoas. Dados do mês de agosto mostram que 242 pessoas não compareceram a exames marcados.
Mês de agosto
Exames agendados: 1510 – Não comparecimento: 242
Consultas agendadas: 1342 – Não comparecimento: 137
Daniela Ortiz, uma das responsáveis pela triagem de consultas e exames na Secretaria da Saúde, conta que para colocar outro paciente no lugar o sistema precisa de alguns dias de antecedência.
“Para um exame ou consulta ser desmarcado, a pessoa precisa pegar o papel de encaminhamento e levar até o consultório em que foi atendida. Se ela não fizer isso três dias antes do marcado, não conseguimos passar a vaga para outra pessoa”, explicou.
Uma médica realiza a triagem de todos os pedidos e verifica a necessidade de passar alguém na frente, caso tenha mais urgência o pedido.
“Nossa maior demanda são exames de ultrassonografia, que demora em média seis meses para um paciente fazer. Se alguém falta neste exame, quem realmente precisa acaba esperando ainda mais”, disse Daniela.
Experiência
Apesar de lamentar esta situação, Marlene demonstrou estar contente em Votuporanga. A médica já realizou atendimentos no Posto de Saúde do bairro São Cosme e no Parque das Nações, agora está atendendo na sede da Secretaria da Saúde.
“Já fiz muitos amigos e todos são muito receptivos comigo. Os pacientes também conseguem me entender e até hoje não tive nenhum problema de comunicação ou de qualquer coisa”.