Menino apareceu na semana passada com o machucado no braço, agressão foi supostamente feita por uma cuidadora
Isabela Jardinetti
isabela@acidadevotuporanga.com.br
Uma mulher, que preferiu não se identificar, registrou um boletim de ocorrência na tarde de ontem, na Delegacia da Mulher de Votuporanga, sobre uma agressão em seu filho, de um ano e dois meses, no Cemei Maria Lygia Bertoncini Leite, no bairro CDHU.
Na semana passada, ela foi buscar a criança da escola e foi informada que o mesmo tinha se mordido no braço. Após investigações, a suspeita é de que uma funcionária da escola tenha feito o machucado na criança.
“Questionei a direção, dizendo que ele não conseguiria fazer isso, até porque não tem todos os dentes. Imediatamente, pedi para ver as gravações daquele dia. Eles me enrolaram, mas com muita insistência o vídeo foi liberado”.
A mãe, a diretora da escola e a secretária da educação, Silvia Rodolfo, assistiram as imagens na manhã de ontem. Foi constatado que uma cuidadora teria colocado o menino dentro do chiqueirinho e se abaixou por alguns segundos, depois deixou a criança no local.
“Fiquei inconformada assistindo aquela cena, a pessoa pega meu filho pelos braços e o coloca lá como se fosse um saco de qualquer coisa. Depois se abaixa e o deixa sozinho chorando por mais de 10 minutos até outra funcionária ir lá e acalmá-lo”, disse.
A mãe foi orientada pela escola e Secretaria da Educação a elaborar um boletim de ocorrência. “Estive na Delegacia da Mulher, contei toda a história, e fiz o boletim, amanhã [hoje] estarei levando meu filho para fazer o exame de corpo delito. A escola também disponibilizará para a delegada uma cópia das gravações”.
Vingança
A jovem ainda contou que o filho dela e o da cuidadora que o teria agredido, frequentam a mesma escola.
“Na semana anterior, me informaram que o meu filho teria mordido o dela e também outra criança. Não acreditei muito, mas como são crianças, pode acontecer. Agora na semana seguinte ela vai e faz isso com meu filho, só pode ser por vingança”, disse.
Indignação
Outra mãe, que é amiga da mulher que teve o filho agredido, também conversou com a reportagem, e disse que já passou por situações parecidas. “Já transferi meu filho quatro vezes de escolas, por ver ele chegando em casa com roxos e machucados. Um dia é na bochecha, outro na testa. Aí não tem como não nos sentir angustiadas”, contou.
Ela disse que já tentou ir atrás de respostas, mas sempre foi intimidada. “Hoje coloquei meu filho na van e até senti remorso, porque a gente não sabe o que acontece lá, precisamos trabalhar, dependemos das creches”.
Explicações
A Secretaria da Educação de Votuporanga informou que a mãe procurou a pasta pedindo as imagens da rotina escolar do filho, no período que possivelmente tenha ocorrido o fato.
“Após análise, não foi possível confirmar a agressão. A Secretaria vai apurar os fatos detalhadamente e já orientou a mãe a registrar boletim de ocorrência para realizar perícia que analisará a mordida”.
A pasta ainda ressaltou que os educadores infantis e técnicos em educação são capacitados constantemente.
“O município procura investir cada vez mais na educação. A instalação de câmeras de monitoramento em todos os ambientes das escolas foi realizada justamente para dar maior tranquilidade aos pais e transparência no trabalho desenvolvido no cotidiano das unidades”.