Em audiência pública, titular da Educação diz que objetivo é oferecer qualidade e não quantidade nas escolas
Karolline Bianconi
karol@acidadevotuporanga.com.br
A audiência
pública de ontem, na Câmara Municipal, relativa aos trabalhos realizados pela
Secretaria da Educação, foi bastante calorosa. O assunto principal foi sobre a
falta de vaga em creche. De um lado, a titular da pasta, Silvia Rodolfo,
explicava sobre o que o município tem feito para atender aos pedidos; de outro,
vereadores cobravam maneiras de como atender a todos os casos solicitados.
O
vereador Jura aproveitou a oportunidade para questionar o horário de período integral
nos CEM's. Segundo ele, alguns pais reclamaram que as aulas terminavam às
16h30, sendo que o horário de saída do trabalho era após as 18h.
Silvia
respondeu que tudo é feito baseado no Plano Nacional da Educação. Os alunos dos
CEM’s passam atualmente 10 horas nas unidades e, nas creches, 11h30. “Os pais
trabalham oito horas por dia e a nossa educação oferece mais”. A partir do
próximo ano, serão 9h30 de educação nos CEM’s.
Ela
disse que durante este período são oferecidas atividades extras para que o
aluno não se canse ou tenha desinteresse nos estudos, devido à extensa rotina
diária. “Educação não é assistência social. Creche não é depósito de criança.
Nossos alunos estão na escola para aprender. Não pensamos nos pais, mas no
aluno primeiramente, na qualidade e não em quantidade. Criança precisa de
família, sejam avós, tios, enfim, para se desenvolver”, disparou, sendo
aplaudida pelos profissionais da educação.
A
diretora do CEMEI “Valter Peresi” (antigo Celtas), Jamile Godoy, defendeu
também os servidores municipais. Em sua opinião, é de responsabilidade dos pais
assumir os filhos e não destinar às creches a primeira solução para deixá-los
para poder trabalhar. Silvia Faria, do CEMEI “Amélia Lucinda”, também saiu em
defesa, destacando que os funcionários da educação são persuadidos por
vereadores para que vagas nas creches sejam abertas. Jura rebateu a opinião da
diretora, dizendo que os edis são procurados pela população, que cobra por
providências.
Outro
ponto exposto pela secretária é que as unidades escolares da cidade são as
únicas a atender a demanda a partir de zero ano. Ela disse que antigamente
algumas entidades assistenciais também acolhiam nesta faixa etária, mas agora é
difícil aceitar. “Chegamos até a oferecer o pagamento de uma área na Casa da
Criança para que houvesse este atendimento, mas não deu certo”.
Pedro
Beneduzzi questionou Silvia sobre o atraso da entrega dos uniformes deste ano e
citou que alguns pais reclamaram que ainda não receberam as peças. A secretária
esclareceu que neste ano houve empecilhos com a empresa vencedora da licitação,
mas também aproveitou a oportunidade para cobrar maior atenção dos pais.
Segundo ela, em vários CEM’s e Cemei’s tem sido verificado um grande número de
uniformes esquecidos pelas crianças e que os pais não têm feito questão de
buscar. “Os abrigos custaram cerca de R$ 600 mil e estão pelas secretarias das
escolas. Não se pode jogar dinheiro público no lixo. Pedimos a conscientização
até dos vereadores para fazer este pedido à população”, encerrou.