Autor de homicídio contra gari, conhecido por cantar “Ai, se eu te pego”, em março de 2012, cumprirá pena fora da cadeia
Karolline Bianconi
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Sócrates Washington Pires de Souza foi condenado a 9 anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado, com direito de apelar em liberdade. Ele foi julgado ontem no Fórum de Votuporanga, por ter matado Eliton Miranda Passos, em março de 2012, com disparos de revólver.
O juiz de Direito da Comarca de Votuporanga, Jorge Canil, presidiu o júri e aplicou a sentença. O motivo do regime aberto é porque Sócrates respondeu ao processo nessa condição até agora, inexistindo motivo para embasar a preventiva. Canil ainda arbitrou indenização à família da vítima em 50 salários mínimos, sem prejuízo da reparação na órbita civil, mas sem custas, porque o réu é aparentemente pobre.
Reviravolta
Duas testemunhas de defesa do jovem foram convidadas a falar sobre o caso. O ex-padrasto de Sócrates, Marcílio Antônio do Carmo, disse que no dia do crime Eliton teria ido até a casa do jovem, com o intuito de brigar. Na época, a ex-esposa da vítima estava com o jovem.
Carmo afirmou ter visto Eliton com um facão e Sócrates teria efetuado os disparos ainda de dentro de casa. “Acho que ele fez isto para se defender”. Neste momento, Canil falou que o depoimento da testemunha contradisse o que Sócrates havia informado para a polícia no dia dos fatos, uma vez que teria alegado não ser o autor dos disparos.
O advogado Gésus Grecco pediu o uso da palavra para fazer um apontamento. Segundo ele, durante todo o processo judicial, nenhuma testemunha de defesa havia sido intimada. Ele chegou até a se referir que naquele momento, durante o plenário do júri, estaria tendo conversa nos “bastidores” para possivelmente prejudicar a defesa. Neste momento, o promotor José Vieira da Costa Neto, responsável pela acusação, negou o fato e disse que o “teatro” estava sendo ocasionado pela defesa.
Neste momento, o juiz interveio, explicando que, se o depoimento da testemunha fosse falso, ela poderia até ser penalizada.
Outra testemunha de defesa, Mauro da Silva Santos, que também foi padrasto de Sócrates, prestou depoimento. Ele disse que 15 dias antes do fato, a vítima chegou na casa de Sócrates e teria feito ameaças. Ao ouvir a informação, o promotor indagou o porquê de não ter sido feito um boletim de ocorrência sobre o fato. A testemunha nada disse.
Em seu depoimento, Sócrates revelou não ter contado ser o autor dos disparos na hora em que foi ouvido pelas autoridades policiais por sentir medo. “Tive receio em dizer a verdade”, falou, confirmando ser fiel o depoimento de Marcílio.
Ele disse que efetuou cinco disparos, sendo que uma bala ainda ficou no revólver, mas não tinha a intenção de matar a vítima. A arma foi dispensada na rodovia que liga para Américo de Campos. Sócrates contou que depois do fato, até hoje, recebe ameaças.