Leidiane Sabino
O contrato das casas dos Conjuntos Habitacionais Vila Ipiranga I e Vila Ipiranga II gerou dúvidas em alguns dos moradores. O problema é que o valor da prestação é de acordo com a renda familiar e tem gente que vai pagar até R$650 por mês. Como o contrato é para pagamento em 300 meses, o valor da casa chegaria a R$195 mil. A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) explicou que as parcelas podem ser amortizadas antes do final destes 300 meses, o que garante um valor menor para casas.
Um dos contemplados com o programa de desfavelamento recebeu o contrato com as parcelas no valor de R$646,00, em 300 meses. Ele ficou preocupado com o que viu. “O problema nem é o valor da parcela, até porque estou pagando algo que é meu. O que me assustou foi a quantidade, em 300 vezes. No documento está que a casa vale R$76.600”, disse.
“Farei um requerimento para a CDHU solicitando informações, pois é uma obra de desfavelamento. Eles vão alegar que é em cima dos 15% de renda da família que cobram a parcela, vou questionar. Vimos vários contratos nas mãos, com parcelas de R$90 a R$650. Agora, imagino uma pessoa com uma parcela de R$650 e pagando em 300 vezes nesse valor, no final será de quase R$200 mil. Como é que pode uma situação dessa. Se a família tiver uma renda maior, o prazo tem de ser menor”, disse o vereador Osvaldo Carvalho na sessão da Câmara Municipal da última segunda-feira.
Para Eliezer Casali, presidente da Câmara Municipal, parcelas de R$650, levando em consideração 15% da renda familiar, o salário das pessoas da casa tem que somar R$4 mil. “Será que quem ganha isso mora em uma favela? Não é possível aquele valor”, falou.
As 46 casas dos Conjuntos Habitacionais Vila Ipiranga I e Vila Ipiranga II foram entregues no dia 28 de novembro, às 17h. A construção foi garantida pela parceria entre Prefeitura e CDHU.
Com 43,50 m² de área construída, as casas têm dois dormitórios, sala, cozinha e banheiro. Os imóveis possuem piso cerâmico em todos os cômodos, laje, cobertura de estrutura metálica e muretas de divisa entre os lotes.
Foram investidos cerca de R$ 2,7 milhões no empreendimento, viabilizado por meio de parceria entre o município e a CDHU. O loteamento conta ainda com rede de água e esgoto, iluminação pública e ruas asfaltadas.
Os novos mutuários terão prazo de até 25 anos para quitar o financiamento habitacional que subsidiado pelo Governo do Estado e cujas parcelas calculadas de acordo com a renda familiar. Quem ganha até três salários vai desembolsar 15% dos rendimentos.