Isabela Jardinetti
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O vereador Mehde Meidão (PSD), que renunciou ao cargo de vice-presidente da Mesa Diretora da Câmara nesta segunda-feira, esteve no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, na manhã de ontem. Ele logo começou explicando os motivos de sua decisão. “Não tenho mais condições de ser o vice-presidente com o este atual presidente, uma vez que ele age de uma forma que não concordamos. Não acho justo ser vice de um presidente que não fala a minha linguagem”, disparou.
Perguntado sobre o porquê de não ter pedido para sair do cargo antes, Meidão se justificou. “Estava vindo de uma cirurgia grave, mesmo acamado eu vinha acompanhando o trabalho da Câmara, e já era para ter feito antes. Há muito tempo venho falando da compra dos carros, da pintura do prédio, coisas de não concordamos, vindas do atual presidente”.
O vereador ainda cutucou o atual presidente Eliezer Casali (PV), dizendo que ele sempre fala que não vai devolver dinheiro para a Prefeitura, e alega que ele está fazendo melhorias sem necessidades na Câmara.
“Acho que ele está fazendo isso de revanche, por ter que retirar o projeto para a reeleição da presidência. Eu estava acamado, fui procurado pela sociedade para que retornasse à Câmara para dar número contra este projeto. Tiver que ir ao médico para suspender a licença, e ele até achou estranho o meu pedido”.
O vereador ainda falou sobre os 36 anos que atua como vereador, e que foi presidente por três vezes. “Fui vereador por nove legislaturas, e dando uma nota de 0 a 10, para a atual Câmara de Votuporanga, daria 5, pois é a menos positiva em que trabalhei”.
Também falou que não tem nada contra o atual presidente. “Eu até gosto dele, acho que é uma pessoa que tem feito alguma coisa pela cidade, mas não pode fazer o que ele está fazendo lá, aquilo não é a casa da sogra”, finalizou.
Eliezer convoca imprensa para se defender
O vereador e presidente da Câmara, Eliezer Casali (PV), convocou uma entrevista coletiva na tarde de ontem para se defender das acusações feitas pelo vereador Mehde Meidão (PSD) em seu requerimento de renúncia ao cargo de vice-presidente. “Tradicionalmente, o Meidão vem me perseguindo, não só nesses dois anos como presidente, mas desde quando comecei como vereador em 2009. Talvez seja porque ele tenha ciúmes da minha presidência e da minha ascensão política”.
Eliezer contou que sobre os projetos 0023/2014 e 0169/2014, convocou reuniões com os 15 vereadores, não só os seis que fazem parte da Mesa Diretora. “Ele mentiu quando disse que não foi feita nenhuma reunião. Ele cita fatos caluniosos, para se promover na mídia, ele quer aparecer a qualquer custo, passando por cima de quem for, e este alguém sou eu”.
O vereador informou que todas as decisões que toma na Câmara são democráticas e sempre pedindo aval dos demais parlamentares. “Já o Meidão em sua época como presidente nunca fez isso, ele sim era autoritário e tomava as decisões por conta, de forma unilateral. Nunca ataquei o nobre vereador e sim sempre me defendi de suas acusações”, disse.
O presidente ainda citou que pensa na possibilidade de entrar com um processo na Justiça contra Meidão por conta das acusações. “Ainda não tomei a decisão, mas não descarto a possibilidade. Ele mesmo já entrou com representação no Ministério Público contra a minha pessoa por conta da pintura da Câmara”.
Perguntado sobre Meidão pedir a renúncia para se ter uma eleição de vice-presidente para duas sessões, Eliezer disse: “Não conseguimos entender o que se passa na cabeça dele. O vereador Meidão está fazendo história, embora na contramão, mas está”.