A inflação tende a convergir para o centro da meta, de 4,5%, de forma permanente, disse hoje (11) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini.
A inflação tende a convergir para o centro da meta, de 4,5%, de forma permanente, disse hoje (11) o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Em discurso para representantes da Federação Brasileira de Bancos e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, ele reafirmou o texto da ata da reunião do Comitê de Política Monetária, ao declarar que o processo será longo e que a inflação continuará alta em 2015.
Segundo Tombini, o caminho para a inflação cair para o centro da meta será gradual. “O horizonte de convergência com o qual trabalhamos se estende até o fim de 2016. Embora o esforço ora empreendido pelo Banco Central tenha como foco a trajetória da inflação nos próximos dois anos, não se pode perder de vista que os ganhos decorrentes da esperada convergência da inflação para a trajetória de metas, como disse, em 2016, vão se estender por vários anos, podendo, inclusive, ter caráter de permanência”, salientou.
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Em novembro, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 6,56% no acumulado de12 meses, acima do teto da meta, de 6,5%. A meta, no entanto, vale apenas para o ano fechado. Tanto o mercado quanto o Ministério da Fazenda estimam que o IPCA encerrará 2014 pouco abaixo de 6,5%.
Durante o evento, em São Paulo, o presidente do BC ressaltou que os três grandes desafios para estimular o investimento privado e tornar sustentável o crescimento do país são a inclusão financeira da população sem acesso aos bancos, ampliação do crédito para pequenas e médias empresas e articulação do sistema financeiro ao mercado de capitais (de títulos e de ações). “Não são desafios novos, mas que permanecem presentes”, ressaltou.
Em relação às perspectivas para 2015, Tombini disse esperar uma melhora gradual da economia brasileira, com crescimento moderado do crédito, compatível com o atual momento econômico. “Nesses últimos anos, temos observado expansão moderada do crédito, após uma década de crescimento acentuado, impulsionado pela ascensão social de parcela expressiva da população, pelo processo de inclusão financeira e pelos avanços no mercado de trabalho”, observou.
Tombini elogiou a segurança do sistema bancário brasileiro. Segundo ele, a regulação do BC permitiu reduzir a inadimplência, ajudando a diminuir os riscos do sistema de crédito nos últimos anos. “Temos um sistema com ampla liquidez e bem provisionado. Isso traz benefícios diretos e indiretos para o país, com um nível elevado de segurança nas transações eboa reputação do sistema financeiro nacional”, acrescentou.
Confirmado na presidência do BC para o segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, Tombini não comentou a manutenção do programa diário de vendas de dólares no mercado futuro, que tem como objetivo segurar a cotação da moeda norte-americana. Oficialmente, o programa acaba no fim do ano.