Empresários, comerciantes e acumuladores de objetos que juntam água participaram de reuniões realizadas ontem
Leidiane Sabino
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A Secretaria Municipal de Saúde realizou ontem duas reuniões com proprietários de floriculturas, borracharias, construtoras e oficinas mecânicas, sobre o aumento do número de casos de dengue com o início do período de chuvas. A intenção é que estas pessoas sejam colaboradoras no combate à doença.Também foi destacado que aumentou o número de autuações pelo aparecimento de larvas na cidade.
A diretora da Vigilância Sanitária, Danieli Leppos, contou que, mesmo no período sem chuvas, a cidade teve vários casos de dengue. “Com a chuva, o risco é ainda maior. Em 2014, fizemos 12 autuações a estabelecimentos por termos encontrado larvas do mosquito aedes aegypti, neste ano, já são 24 autuações”,disse.
O médico da Vigilância Epidemiológica, Luciano Figueira de Paula, apontou que a dengue é uma realidade e a Secretaria Municipal de Saúde não consegue resolver a situação sozinha. “Estamos trabalhando com outras secretarias e contando com a parceria de vocês. O mosquito da dengue está cada vez mais resistente e não desejo que Votuporanga passe pelo o que Catanduva passou, com o registro de 36 óbitos pela doença”, falou.
Como a dengue é considerada uma doença evitável, o médico lembrou que o Ministério Público pode entrar com ação contra o município e as pessoas que não evitam o surgimento de larvas em seus quintais. “Nós não queremos multar, mas precisamos da colaboração de todos. Não adianta ficar pulverizando, porque o veneno só mata o mosquito adulto. O trabalho deve ser preventivo, para evitar o desenvolvimento da larva”.
O médico disse ainda que os comerciantes que estiverem com dificuldades para dar o destino correto para alguns objetos devem fazer uma lista e levar até a Secretaria de Saúde para que uma solução seja tomado junto com o prefeito Junior Marão.
Também transmitidos pelo aedes aegypti, o vírus Zika e a Chikungunya ainda não chegaram a Votuporanga, mas podem atingir o município caso não haja ações preventivas e de combate ao mosquito. “Mais cedo ou mais tarde, estas doenças chegarão até aqui. A Chikungunya atinge de 60 a 80% da população de uma cidade em três meses. Se tivermos surto de dengue, somado às outras duas doenças, a situação vai se complicar. Todo mundo tem a sua responsabilidade na luta contra o aedes”, destacou o médico.
Votuporanga está entre as cidades da região com risco de uma nova epidemia, por isso, toda essa mobilização para evitar que sejam muitos os casos da doença e de morte.
“Nos reunimos com vocês para encontrarmos um meio para que os objetos não sejam depósitos de água parada, que servem para criadouro do mosquito”, ressaltou Nilton César Santiago, diretor de divisão da Vigilância Ambiental.
Com a chegada do feriado de Finados, a preocupação também é com os cemitérios. “No ano passados orientamos as floriculturas para evitar a venda de vasos com os enfeites e embrulhos. Sabemos que fica mais bonito, mas depois perdemos 15 dias de trabalho para retirar todos os embrulhos. São dias que os agentes deixam de fazer as visitas nas casas para limpar os vasos de flores e colocar areia neles no cemitério”, destacou Ana Carolina Ribeiro, educadora em saúde do Secez (Setor de Controle de Endemias e Zoonoses).
“Algumas pessoas questionam se a Prefeitura tem feito o seu trabalho. Realizamos arrastões, limpeza de terrenos, visitas nas casas, mas não conseguimos combater o mosquito sozinhos, dependemos da ajuda de todos os moradores”, finalizou Edmar da Costa, chefe de setor da Vigilância Ambiental.