Leidiane Sabino
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSC (Partido Social Cristão), esteve ontem em Votuporanga para uma palestra sobre a redução da maioridade penal, antes, pela manhã, ele esteve no programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade. Ele defende que sejam punidos os menores que cometem crimes a partir dos 14 anos de idade e, caso a sociedade concorde, até antes, anos 12 anos.
Eduardo tem 31 anos de idade e está em sua primeira legislatura. Ele fez palestra ontem na ACV (Associação Comercial de Votuporanga), debatendo temas como segurança pública, redução da maioridade penal e desarmamento. Além de político, ele é policial federal e advogado.
“O código penal foi feito nos anos de 1940, acredito que o jovem de hoje, com 16 anos, já tem acesso à informação e sabe muito bem se posicionar se está fazendo algo certo ou errado. Tanto é que quando cometem crimes e vão para a delegacia, saem rindo e debochando de nós bobões que cumprimos as leis, porque sabem que no máximo vão cumprir uma internação compulsória de até três anos na Fundação Casa. Inclusive, este é o motivo pelo qual o crime organizado arregimenta tanto menor de idade, porque se der algum problema e cair na mão da polícia, o menor assume tudo e livra a cara dos maiores. Então, essa injustiça que a gente vive hoje não pode continuar e é por isso que eu sou a favor da redução da maioridade penal. Se eu pudesse dar a caneta, reduziria para 14 e botaria um plebiscito para a população dizer se queria reduzir para 12”, desabafou o deputado.
Eduardo Bolsonaro destacou que na segunda votação da redução da maioridade penal, o que fez com que meia dúzia de deputados mudassem de ideia e fossem favoráveis foi a pressão das redes sociais.
“Por trás da criminalidade tem umas ONG’s que ganham o seu dinheiro em razão da desgraça das pessoas, estamos falando de R$9 bilhões por ano. O menino, no Rio de Janeiro, chamado João Helio, foi arrastado até a morte por sete quilômetro por um carro dirigido por menores. Todos nós colaboramos para que este menor e seus familiares viajem para a Suíça hoje, porque ele saiu da Fundação Casa, se sentiu ameaçado pelos colegas de internação, o juiz autorizou e uma Ong chamada Projeto Legal, que recebe repasses do Governo Federal, ou seja, nosso dinheiro, está mandando ele para morar na Suíça, não dá para concordar com isso, isso é retrato da crise moral do governo. O policial que morre aqui não tem valor”, destacou.
O deputado ainda fez críticas à ressocialização. “Hoje, tenta-se implantar a tal da ressocialização, algo que já deu errado nos anos 80 e 70 nos Estados Unidos, que passou a ter uma política carcerária séria. Ele bota aprisionado longe do convívio social porque ele não tem condição de viver em sociedade e deixa ele 10, 20 anos ali, se sair, for reincidente, que volte por 40 anos ou prisão perpétua. O deputado Jair Bolsonaro, meu pai, tem um projeto de lei que copiou dos Estados Unidos que fala da primeira prisão como punição ao crime, a segunda e, no caso da terceira, que seja perpétua, é para realmente a pessoa temer o estado. O bandido só respeita o que teme. Enquanto tivermos leis frágeis e eles souberem que a chance de não ser punido é alta, vão continuar deitando, rolando e rindo da sociedade que paga seu imposto”.
Sobre o trabalho obrigatório do preso na cadeia, Eduardo Bolsonaro disse que não é possível avançar muito. “Está previsto em Constituição, como cláusula pétrea, ou seja, não pode ser mudado. Então, o coitadinho não pode trabalhar, tem que viver às nossas custas. Há diversos projetos com a intenção de transformar o auxílio reclusão em uma indenização à vítima, que no meu entendimento é, no mínimo, justo. Hoje, o cara comete o crime e quem paga esta conta somos nós”.
Governo Federal
O deputado também fez críticas ao Governo Federal. “Na verdade, a presidente Dilma Rousseff é um fantoche, não governa mais. Dentro da Câmara dos Deputados é cada vez mais forte essa real possibilidade de impeachment. Se a Dilma tivesse honra, sabemos que ela já teria renunciado”, disse.
Luta contra
invasões do MST
Para Eduardo Bolsonaro, o produtor agrícola não tem tranquilidade para produzir. “Chega um, acha que a terra é dele, entra, toma o espaço e faz ameaças para sair. É um profissional da ociosidade”.
Parada LGBT
Para Eduardo Bolsonaro, é preciso estabelecer limites na realização de manifestações em favor do movimento gay. “Na verdade, o Governo Federal deu R$1 milhão para a parada, o governo estadual e municipal também colaboraram. Não tenho nada contra gay ou quem quer que seja, quero que eles sejam felizes. Porém, fazer aquele tipo de provocação ao cristão a gente não pode apoiar. Quer se manifestar, tudo bem, agora, ficar na rua fazendo promiscuidade e provocando os cristão que são maioria no Brasil, não tem como concordar”.