Vereador quer a relação de telefonemas e mensagens enviadas no período de 21 de setembro a 4 de outubro deste ano
Leidiane Sabino
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Se engana quem pensa que o assunto eleições do Conselho Tutelar em Votupo-ranga terminou, o vereador Edilson Pereira Batista solicitou uma relação das ligações telefônicas feitas pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos no período de 21 de setembro a 4 de outubro deste ano.
Edilson faz o pedido com base nos comentários e insinuações nas redes sociais de que houve envolvimento de servidores da Secretaria Municipal de Direitos Humanos na eleição para o Conselho Tutelar.
“Estas insinuações maldosas dão conta, inclusive, de que a estrutura da Secretaria como telefones e computadores foram utilizados para a campanha de candidatos à referida eleição. Sendo equipamentos públicos, não há de se falar em sigilo, uma vez que estão proibidos de serem utilizados para fins pessoais. Diante desses fatos, torna-se imprescindível que sejam enviadas informações dessa pasta administrativa para esta Casa de Leis, sobre esses indícios”, argumentou o vereador em seu pedido.
Edilson solicitou à mesa diretora da Câmara Municipal que o Poder Executivo presta as informações solicitadas.
O vereador quer a relação contendo as ligações telefônicas realizadas a partir de telefones da Secretaria Municipal de Direitos Humanos no período de 21 de setembro de 2015 a 4 de outubro de 2015; relação de mensagens telefônicas na modalidade “sms” a partir de telefones da Secretaria Municipal de Direitos Humanos no mesmo período; e também a relação de e-mails enviados pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos na mesma data.
Emerson Pereira
O secretário de Direitos Humanos, Emerson Pereira, disse que Edilson está certo em fazer o requerimento. “É papel do vereador fiscalizar quando ele acha que algo não está certo. Nós não utilizamos o serviço de sms nem de e-mails, mesmo assim, o departamento jurídico da Prefeitura irá enviar a resposta ao vereador. Não tenho nada a esconder”.
Emerson reforçou que, novamente, o pedido de Edilson é uma atitude pessoal e política. “Ele não tem nada contra a minha irmã, a Cristiana, o problema é comigo, porque ele percebeu que a população tem carinho por mim. A eleição do Conselho Tutelar aconteceu dentro da legalidade, com um grupo criado para tomar conta de tudo, inclusive com o apoio da polícia e do Ministério Público”.
Emerson acredita que está sendo favorecido com as críticas de Edilson. “Ele me dá a oportunidade de provar a minha honestidade”.
Para o secretário, a Câmara Municipal deve se preocupar com outros problemas da cidade. “A Secretaria de Direitos Humanos tem menos de R$300 mil para se manter ao longo do ano. Não trabalhamos com dinheiro, nem com projetos. A nossa atuação é com a pobreza da população, com os esquecidos. Fazemos das tripas corações para melhorar as condições de vida dessas pessoas”, finalizou.
Entenda o caso
A sessão da Câmara Municipal do dia 5 de outubro foi marcada por duras críticas e informações sobre indícios de fraudes e irregularidades na eleição para o Conselho Tutelar, realizada no dia 4 de setembro. Vereadores apontaram compra de votos, transporte irregular e, na fala mais exaltada, até uso da Secretaria de Direitos Humanos em favorecimento a candidato.
A fala mais incisiva foi do vereador Edílson Pereira Batista, o “Edílson do Santa Cruz”, que acusou diretamente a Secretaria dos Direitos Humanos, e o titular da pasta, Emerson Pereira, de se “aproveitar da estrutura municipal”.
Foram eleitos conselheiros tutelares: Cristina Pereira (916 votos), que é irmão de Emerson Pereira; Osmair Francisco – Dica (840); Douglas Araújo (437); Renata Siqueira (392) e Madalena Borges (340). Concorriam 13 candidatos aos cargos.