Legislador disse que, se algum projeto pedir a redução do recurso, vai pedir para acabar com o salário aos eleitos para a Casa de Leis
Leidiane Sabino
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Ou tudo ou nada, é assim que pensa o vereador Eliezer Casali quando o assunto é o subsídio dos vereadores de Votuporanga, que recebem cerca de R$3.500 por mês. Em entrevista nesta semana ao programa Jornal da Cidade, da Rádio Cidade, ele disse que a proposta de redução do salário dos vereadores não cabe na Câmara de Votuporanga, que tem seus gastos enxutos. Ele destacou ainda que se surgir algum projeto pedindo a redução, ele faz outros solicitando que acabe a remuneração no legislativo municipal.
“Há cidades que há uma disparidade sim, há lugar em que o vereador recebe o teto, que é 40% do salário de um deputado estadual, que ganha cerca de R$22 mil, seria de R$8.500 a R$9 mil ao vereador, acho desnecessário tanto assim. Votuporanga, uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, que poderia gastar 6% do orçamento da Prefeitura, mas gasta 1,8% e ainda devolve recurso, acho que pedir a redução do subsídio é querer pegar a carruagem andando e fazer política em cima disso”, falou.
Eliezer explicou ainda que vereador não é profissão. “Não recebemos salário, é subsídio, não temos direito a férias, fundo de garantia, e 13° salário. Ao meu ver, pelas finanças da Câmara, pelo o que ela representa em Votuporanga, não precisa reduzir valor. Agora, eu digo e emendo, se entrar com algum projeto de redução do salário dos vereadores em Votuporanga, eu entro com uma emenda para zerar o salário”.
Para o vereador, uma proposta como essa na cidade seria apenas com intenções políticas. “Já que é para baixar, então vamos zerar, porque só vai querer ser vereador quem realmente tem vocação para servir o povo”, destacou.
Viagem a Brasília
Ainda na entrevista, Eliezer falou na visita que uma comitiva, formada por ele, André Figueiredo e Mehde Meidão, mais a diretoria da Santa Casa e o ex-deputado João Dado, em Brasília, em busca de recursos para o hospital na semana passada.
Eliezer disse que o trabalho da Santa Casa em Votuporanga é reconhecido em todo estado de São Paulo e o grupo foi bem recebido em Brasília.
Eliezer apontou ainda que as emendas prometidas para 2016 serão pagas até 31 de dezembro do ano que vem. “Antes, o deputado empenhava e o governo podia pagar ou não, agora, foi votado neste ano o orçamento impositivo e, a partir do ano que vem, todo recurso que um deputado empenhar, o governo terá que, obrigatoriamente, pagar e 50% desse recurso que o deputado tem de emenda é para a saúde, então, isso facilitou a distribuição de recursos para os hospitais que têm credibilidade e bons projetos”.
Trinta e quatro deputados mais dois senadores se comprometeram a destinar recursos para a Santa Casa. “Temos uma boa expectativa de superar o que recebemos nos anos anteriores, mas não dá para garantir. Cerca de R$5 milhões foram prometidos a nós, agora, devemos esperar até semana que vem para saber o que foi colocado de verdade”.
Eleições
Sobre as eleições do ano que vem, Eliezer disse que foi convidado pelo seu partido, PV, a ser candidato a prefeito em 2016. “Toda pessoa que está na política pensa em um degrau maior, mas ainda é cedo para discutir o assunto, vamos conversar com as pessoas envolvidas, analisar o cenário municipal e tomar uma decisão. Vamos falar também com a Lia Marques, do Sincomerciários, que manifestou a possibilidade de ser candidata também”.
Eliezer comentou ainda que o deputado federal Sinval Malheiros, em visita a Santa Casa, prometeu R$2 milhões ao hospital e apresentará a indicação de R$500 mil para o ano que vem.
Eleição do Conselho Tutelar
Sobre as polêmicas envolvendo a eleição do Conselho Tutelar, Eliezer disse que é papel do vereador fiscalizar. “É papel da Câmara cobrar legalidade das ações públicas, se houve desvio, tem que ser apurado e punido quem comprou voto”.
O vereador ainda comentou as polêmicas com relação à compra de veículos novos e pintura da Casa de Leis quando ele era o presidente do legislativo; e agora a aquisição de cadeiras e celulares novos. “O político está muito visado hoje, não critico a população por esse olhar desconfiado, mas tem muita gente boa na política, quando vocês estão em um cargo público, sobretudo na presidência, você é muito visado, se não faz nada é criticado, se faz também é, prefiro pecar por ação. O curioso é que picuinhas nascem na própria Câmara. Cria-se um fato e traz a população contra a situação”.