Estudantes e representantes da Apeoesp são contra a separação por ciclos das escolas.
Leidiane Sabino
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A mudança anunciada pelo governo do estado de São Paulo para a ampliação de escolas em ciclos, separando alunos das unidades educacionais gerou uma manifestação na manhã de ontem em Votuporanga, com concentração na Concha Acústica. Estudantes e representantes da Apeoesp (Sindicato do Professores Paulistas) são contra a separação por ciclos das escolas.
A medida do governo do estado prevê a separação das escolas da seguinte forma: escolas que atendam do 1º ao 5º, do Fundamental; outras do 6º ao 9º do Fundamental; e outras apenas o Ensino Médio.
Os alunos de ao menos três escolas estaduais de Votuporanga levaram faixas e cartazes às ruas para mostrar indignação com a mudança proposta.
Natalia Gimenez, aluna da escola Uzenir Coelho Zeitune disse que a medida será prejudicial. “Estamos aqui hoje porque o Geraldo Alckmin resolveu mudar as leis das escolas. A gente estuda do quinto ano do ensino fundamental até o terceiro do ensino médio em uma escola só, tendo transporte e alimentação. Eles querem tirar, fazer escolas do 6° ao 9° ano do Ensino Fundamental em um lugar e do 1° ao 3° em outro, com isso, a alimentação e o transporte fica só para o fundamental e a gente vai ficar sem. De 10 escolas que tem em Votuporanga, apenas três serão para o ensino médio, assim, a gente tem que se deslocar de quatro a cinco quilômetros de nossa casa até a escola. Nos disseram que não vão nos dar transporte nem alimentação. Não houve nenhum tipo de consulta, eles simplesmente mudaram sem comunicar ao menos os professores, alunos e pais. Falaram que no dia 14 de novembro falam para qual escola a gente vai. A gente não pode escolher onde estudar, para onde mandarem, a gente vai. Se a gente mora em um lado da cidade e vai ter que estudar do outro, fica difícil para nós e para os pais”, desabafou.
Gabriela Eduarda, estudante da escola Esmeralda Sanches da Rocha, destacou que os alunos. seus pais e professores não foram consultados. “Não houve nenhuma consulta, apenas ouvimos falar da alteração. Estamos nos manifestamos porque a gente vai ter ir para a escola correndo, sendo que tem escola do lado da nossa casa”, falou.
Kendruiks Rodrigues, também aluna da escola Esmeralda, não concorda com a mudança. “Vai ser difícil para mim e para todo mundo, a gente tem uma escola do lado da nossa casa, estudo a 20 passos da minha casa, se tudo for como planejado, a Esmeralda será de ensino fundamental, eu vou para o médio e teria que escolher uma escola mais próxima, mas que não seja a Esmeralda. Tem muitos pais que não têm condição de levar os filhos e isso vai causar muito abandono da escola e também demissão de professores”.
Luzelena Feitosa, diretora da Apeoesp, foi a responsável pela distribuição de panfletos nas ruas da cidade. “Queremos mostrar aos pais a mudança. Tem gente que tem filho menor e maior na mesma escola e agora eles vão se separar. Vai dificultar muito a todos. Sem contar que professores serão removidos. A manifestação é para que haja uma análise antes que a mudança aconteça”.