70% dos empresários do setor estão pessimistas em relação ao momento atual e futuro, aponta pesquisa
Pesquisa de Confiança dos Supermercados do Estado de São Paulo (PCS/APAS) desenvolvida pela APAS (Associação Paulista de Supermercados) em setembro aponta que apenas 6% dos empresários do setor supermercadista estão otimistas em relação ao ambiente econômico atual e futuro. O total de pessimistas atingiu 70% dos empresários deste segmento, este é o maior percentual de toda a série histórica.
Os resultados demonstram um cenário de confiança em níveis baixos, refletindo o momento econômico e político vivenciado atualmente no Brasil, de acordo com o economista Rodrigo Mariano, gerente do departamento de Economia e Pesquisa da APAS. “Na maior parte dos itens pesquisados os empresários do setor demonstram baixo ou nenhum grau de otimismo em relação à percepção atual ou a expectativa futura. Isso pode ser verificado, por exemplo, em relação à taxa de inflação que registrou otimismo de 0%, ou seja, nenhum dos empresários possui a percepção de que a inflação apresente redução no curto prazo”, disse.
Rodrigo afirmou ainda que a inflação elevada e persistente aliada ao desempenho fraco da atividade econômica tem afetado o otimismo do setor, que apresenta, desde meados de 2013, baixo nível de confiança na economia brasileira. “Este cenário vem se degradando mês após mês diante do agravamento da crise política e econômica que é vivenciada e afeta o ambiente de negócios, ao impactar a confiança dos empresários e dos consumidores”, afirma.
Com relação apenas ao momento atual, o otimismo do setor supermercadista atingiu 7%, já o pessimismo foi verificado em 74%. Para o economista, esse cenário reflete extrema falta de confiança na economia, que tem gerado elevação do desemprego, impactado na vida cotidiana das famílias, e ainda a instabilidade econômica instalada no Brasil.
No que diz respeito somente à expectativa em relação ao futuro, 5% apontaram otimismo, enquanto 66% se mostraram pessimistas. Por mais um mês o indicador de otimismo em relação à expectativa futura é inferior à percepção atual (5% contra 7%).
Segundo Rodrigo, os indicadores apontam não apenas um baixo nível de confiança, mas também de “esperança”, já que o indicador referente à expectativa futura para a economia brasileira apresenta resultados similares ao indicador geral. “O remédio amargo para a busca de uma retomada do crescimento econômico tem afetado o setor supermercadista, e este impacto negativo nas vendas é o preço que empresários e consumidores estão pagando pelos anos de má condução da política econômica do país”, finaliza.