Alguém pode até comentar que estou repetindo o título anterior. Estou mesmo, e possivelmente faça isto no próximo sábado, também. E, por quê? Simplesmente porque estamos em época de eleições quase gerais, apenas ficando de fora os municípios. Eleições gerais são aquelas onde os eleitos é que irão determinar o que vai acontecer com nossas atividades nos próximos anos. Por isso sua importância é muito maior do que muitos deixam de entender.
Por culpa de alguns maus políticos, e de setores corporativistas nem sempre bem intencionados a imagem que se tem da condução da “coisa” pública é muito ruim. A população, muitas vezes levada por ondas e por informações distorcidas, passa a acreditar em Papai Noel e elege, até por brincadeira ou desencanto, pessoas que não poderiam merecer um cargo público. Com isso, nossas vidas podem ser seriamente afetadas e o bem estar de muitos pode ficar para muito depois.
Infelizmente, neste ano eleitoral, principalmente para o cargo de Presidente, não estamos vendo discussões sobre os verdadeiros programas dos candidatos. Os marqueteiros é que estão determinando a condução das campanhas, e os candidatos parecem que falam através de ventríloquos. Depois de eleitos poderão nos surpreender com medidas e atitudes para as quais não fomos avisados. Isto não é bom e, até acredito que qualquer um dos dois que estão melhor colocados nas pesquisas possuem conhecimento suficiente para falar por si próprio.
Falando disto e preocupado com isto, ou seja, a discussão dos projetos e programas, sou um daqueles que torcem para que exista um segundo turno presidencial. Depois, que seja eleito aquele que melhor conseguir convencer a população sobre suas reais intenções. Não tenho preconceito por ninguém. E é bom que nosso simpático Presidente lembre-se que não estamos torcendo por uma partida de futebol, onde vitória até por pênalti “garfado” é gostosa. Aqui não é questão de vitória pura e simples, é questão do futuro do país e da felicidade da população. Aguardemos o que vem por aí, sem sustos, mesmo porque os princípios e resultados democráticos precisam ser respeitados com serenidade.
Mas, fazendo jus ao título repetido, vamos nos ater a nossa região, pois, se não podemos enfiar o dedo nas coisas do país, podemos dar alguns pequenos palpites sobre os nossos interesses locais e regionais.
Fico imaginando, nas próximas eleições municipais, aqui e em outras cidades da região, como se apresentarão em palanque alguns políticos incautos que pregam o voto em candidatos que nada têm a ver com nossas cidades. Como vão poder dizer que se interessam por nossas coisas, como vão encarar os eleitores locais se, por alguns “trocados”, trocaram nossos interesses? (desculpem o trocadilho).
Não é o caso de fecharmos as portas democráticas da região para quem quer seja, mas, sim, o caso de nos defendermos dentro desse infeliz sistema que está instalado no país, onde se um prefeito não tiver padrinho político não recebe nada.
Setenta e cinco por cento da população paulista está no entorno da capital, e alguém pensa que político de lá vai puxar nosso saco aqui depois de eleito. Na dividida fica com as bases dele por lá, e nós com as sobras por aqui.
Como exemplo: só de termos um federal já tivemos ganhos formidáveis, fora alguma importante ajuda que, também, veio de alguns outros, também da região. Prestem atenção: só os da região. E, se tivermos um ESTADUAL, daqueles que fazem as coisas acontecerem, aí é que a coisa vai ficar boa. Portanto, prestigiemos os NOSSOS e cuidemo-nos.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados