A democracia impõe responsabilidades e todos precisam entender esta premissa. É obrigação do governo ensinar isto às pessoas, pois, para tanto existem as escolas, sejam públicas ou particulares. É problema de governo e deve ser, também, uma preocupação dos pais e das religiões.
Viver num país, dito livre e democrático, com imposição de restrições é o mesmo que ter o ar que respiramos controlado por outros. Não é justo, não entendo que deva ser assim. As questões que envolvem segurança alheias devem ser tratadas com as leis disponíveis, fazendo-as funcionar, rápida e simplesmente. Ao mesmo tempo é obrigação do Estado coibir a bandidagem e a malandragem.
Muitas vezes percebemos que algumas autoridades, ou responsáveis por determinados setores, preferem baixar proibições que ferem as liberdades, por razões até justificáveis. Ledo engano, pois, toda vez que alguma proibição é implantada, sem dúvida, alguns pretenderão burlá-la e os abusos se tornam maiores. Vejam o exemplo da Lei Seca nos Estados Unidos, no início do século passado, que se tornou uma enorme fonte de rendas para os gangsteres.
Portanto, sem pretender desqualificar qualquer trabalho, o negócio é ensinar e orientar até a exaustão. Tudo o mais é paliativo e brutalidade. Basta insistir que um dia dá certo. E, pior, nesta história toda, o povo vai se acostumando com uma proibiçãozinha aqui, outra ali e, de repente, aparece um “doidinho” por aí e restringe o que resta. Por sinal, Martin Niemöller, há muitas décadas escreveu assim: “Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu. Como não sou judeu, não me incomodei./ No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho que era comunista. Como não sou comunista, não me incomodei. / No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico. Como não sou católico, não me incomodei./ No quarto dia, vieram e me levaram; já não havia mais ninguém para reclamar...”
Apoiar as boas iniciativas, de autoridades e responsáveis pelos mais variados setores da comunidade, é o mínimo que um bom cidadão pode fazer, afinal queremos deixar um ótimo país para nossos descendentes. Criticá-los não constrói nada e, se chamados, devemos participar do esforço.
Agora, mudando um pouco o assunto, encontrei entre os artigos anteriores um em que o Descamisado, um personagem deste articulista, faz solicitações ao Papai Noel. Vejam: “Ilustre Papai Noel, me ensinaram que em época de Natal devemos fazer cartinhas para o senhor, com pedidos que possam ser atendidos. Até entendo que estarei pedindo demais, mas não custa tentar. Vejamos: - Gostaria, que o Sr. fizesse um esforço e conversasse com seus superiores para que iluminem o povo brasileiro fazendo que não votem mais em determinados deputados e senadores (com letra minúscula mesmo) que nada fazem pela nação; Complementando o pedido anterior é bom lembrar que precisamos evitar parlamentares que se fazem de bonzinhos, posam de inocentes, mas são inoperantes e até covardes na defesa dos interesses dos brasileiros; - Empenhe-se, por favor, Papai Noel, para que os novos governantes e parlamentares promovam as reformas política e tributária: - a primeira para não termos de ficar vendo figurinhas repetidas e carimbadas concorrendo às eleições, pleito após pleito; - a segunda para permitir que o brasileiro tenha mais dinheiro no seu bolso e não no bolso de ladrões da pátria.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados