Estou muito contente de poder voltar a escrever neste espaço tão querido. Desde já esclareço que eu mesma dei um tempo por ter ficado afastada (via inss) de muitas coisas por causa de um sério problema de coluna. E fiquei um tempo sem aquela grata inspiração que somente você que lê meus artigos pode me trazer. Agora que estou melhor de saúde, já voltei a trabalhar tanto como Assistente Social da Secretaria Municipal de Saúde quanto como Professora de Dança e demais atividades que você que sempre lê meus artigos já conhece! Estou super contente, vivendo a mil por hora, por assim dizer.
Então não poderia deixar de voltar a escrever neste cantinho tão agradável e dividir com todos minhas felicidades. Mas agora você já deve estar se perguntando do porque deste título de artigo e eu já explico. É que para ajudar no tratamento da coluna a equipe médica maravilhosa do Sansaúde decidiu que eu poderia fazer a gastroplastia, que é o nome técnico que inclui diversos métodos de cirurgia para emagrecer. E com cirurgia de redução de estômago eu consegui emagrecer muito e estou hiper feliz com meu novo corpo e porque não dizer, nova vida! É incrível, mas realmente apenas o fato de ter emagrecido fez com que muitas pessoas começassem a me ver com outros olhos e até me tratam de modo diferente agora. Sou muito grata a Deus e Dr. Edson Rapozero.
Eu tenho tido muitas e muitas alegrias após a gastroplastia. Entretanto, quem me conhece de mais tempo sabe que eu estou apenas voltando à realidade que eu tive a maior parte do tempo de minha vida. Eu tenho sim um histórico de vida de pessoa magra, bem magra por sinal, fui modelo profissional. Mas o que tem “pegado” um pouco atualmente não se remete somente a mim em relação a gastroplastia. É do conhecimento de todo mundo que depois que a pessoa é operada da famosa redução de estômago começa a comer bem pouco, come melhor em qualidade e bem menos em quantidade. É uma maravilha esta situação, além de extremamente saudável isto emagrece muito e bem. Mas a questão aqui é que existem muitos municípios onde os estabelecimentos que vendem alimentos como bares, restaurantes, lanchonetes não têm uma lei específica que exija a cobrança diferenciada para quem fez gastroplastia. Calma. Calma. Eu explico. Em vários municípios do Brasil temos uma lei específica que impõe cobrança de valores diferenciados para pessoas que comprovem terem feito a cirurgia chamada gastroplastia, o que é de fato muito justo, afinal, nós gastroplastizados comemos um terço do total do prato de uma pessoa que come normalmente. Não é nada justo termos de pagar igualmente por um consumo menor, ou então, termos de deixar um imenso resto pro restaurante jogar fora, por exemplo. Este gesto além de antiecológico também pode até gerar mais despesa se o restaurante cobrar por deixar sobras no prato... Ai ai ai. Isto sem falar que o problema da pouca ingestão não exclui os líquidos... em geral não temos como tomar o mesmo tanto de líquidos que as pessoas não-gastroplastizadas tomam. É pra pensar mesmo... Existe, por exemplo, a LEI Nº 4.621/08 sancionada em Vila Velha/ES, como também existem outras leis com o mesmo objetivo no Brasil todo.
E não pense que eu estou falando de uma meia dúzia de pessoas em Votuporanga e região, não!!! Somente Dr. Edson Rapozero e equipe já operaram muita gente, fora os que moram nesta cidade mas que foram operados no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Trata-se de um grupo grande de pessoas que aqui vivem e passam por este transtorno que eu disse. Todos calados e correndo o risco até mesmo de voltar a engordar por falta total da devida referência de quantidades exatas para seu consumo adequado. Não estou culpabilizando os estabelecimentos por nada, mas é claro que esta situação não contribui com a erradicação desta doença chamada obesidade. E por outro lado nós gastroplastizados poderíamos freqüentar todos os lugares não apenas com a alegria de sermos os “novos magros do pedaço” mas com a alegria de poder comer sem ficar com a sensação de ter de pagar três vezes mais que todo mundo ou de sermos aqueles que “quase não comem e/ou tomam nada” mas pagam mais por menos.
Fica aqui então meu apelo pra que em Votuporanga exista também uma lei municipal especificando a cobrança diferenciada (e mais justa) em todos os estabelecimentos que vendem alimentos prontos para consumo. Isto seria a real inclusão social dos gastroplastizados, dos ex-gordos, dos ex-obesos, enfim, de seres humanos em nova vida! E na esperança de meu apelo ser atendido, finalizo com uma frase muito linda que meu Professor de Canto Coral - Marcio Zarsi - ensinou (em um dialeto africano) que é parte de uma música muito legal chamada “Siyahamba”: “Siyahambe Kuka Nyeni Kwen Kos”!!! (Nós Estamos Caminhando na Luz de Deus)!!!
Débora Cristina de Oliveira Bruno - Assistente Social
E-mail - dcobruno@ig.com.br