Remendos, alterações, remédios, improvisos, consertos, etc. e tal. Qualquer nome serve quando aplicamos na situação viária estabelecida a cerca de dois anos em Votuporanga. Na ocasião das mudanças afirmei num artigo enviado a este jornal, que não se muda abruptamente um status de transito vigente a décadas sem consequências. Na verdade usei a frase “não se muda impunemente...”. Por um bom período a população foi submetida a toda sorte de riscos, com um aumento exorbitante de acidentes nos pontos de sinalização alterados, muitos perderam bens materiais com danos em seus veículos, outros perderam mais, com danos à integridade física. Contabiliza-se também outras perdas como dias de trabalho, seguros, incidência de multas (estão lembrados daquela enxurrada) e outras conseqüências. Ninguém deu o braço a torcer, pelo contrário, recebi ligação me condenando por fazer criticas públicas.
No entanto, valendo-se do velho ditado: “O tempo é o senhor da razão”, o poder público começou a remendar o remendo. Nas ditas vias criadas e tão alardeadas para serem de fluxo rápido e escoamento do trafego (lembram-se, um quadrilátero das Ruas Bahia, Bandeiras, Tibagi e Rio de Janeiro), as quais tiveram a supressão de centenas de vagas para estacionar, após uma dezena de acidentes diários, foram se instalando semáforos, em outros cruzamentos, vieram as lombadas (é mais barato). Onde estava proibido estacionar, agora podemos estacionar em determinados dias e horários, conforme os interesses (por exemplo, horários de jogos do CAV (isso também é bom hein?). Outras ruas como a Itacolomi, Amazonas, Pernambuco, São Paulo, das Américas e Bandeiras, também sofreram muitas alterações. Chegamos à conclusão de que em Votuporanga não existem vias preferenciais. Acredito que em muitos casos sequer se lembraram dos veículos de socorro, que precisam de acesso rápido aos hospitais, tendo que enfrentar “pares”, faróis, lombada, tachões, rotatórias, etc..
Acredito que quando a população clamava por mudanças no trânsito, fato externado legalmente pelo nosso promotor de justiça, não imaginávamos que os responsáveis pela mudança o tornariam pior do que era. Enquanto o transito vai sendo maquiado, (sim, ele continuará sendo remendado, afinal teremos a remodelação da Rua Amazonas, teremos a sobra de alguns semáforos que com certeza serão instalados em algum cruzamento), vai ficando no esquecimento o pior ponto de trânsito de Votuporanga que é o pontilhão ligando a Zona Norte. É espantoso não ver planos concretos, sequer promessas (estamos no período delas) para construção de viadutos ligando a cidade. É simplesmente estressante passar naquele local em determinados horários. O que mais espanta é que a população da Zona Norte e da cidade em geral, não cobra essa melhoria. Passam-se administrações, o bairro ajuda eleger governantes e nada. O bairro São Cosme Damião, bem menor em população já a muito tempo se fez ouvir. Às vezes se gasta com obras inúteis como a troca da grama de canteiros das avenidas e plantio daquelas “moitinhas de erva cidreira”, enquanto obras vitais ficam no esquecimento. Vamos parando por aqui, enquanto assistimos aos remendos, alterações, remédios, improvisos, consertos, etc..
Em tempo: a Rua Amazonas vai ficar mais bonita, bem bonitinha, só isso.
José Lucio Brianti - Votuporanga