Em todos esses meus anos de vida nunca vivenciei uma eleição, principalmente a Presidencial, tão pobre de princípios e propostas como esta. Uma frustração.
No artigo passado comentei em linhas gerais sobre a “marquetagem” e me aventuro a dizer mais sobre esses orientadores de campanhas: o do Serra aparentemente não conseguiu fazê-lo falar a linguagem do povo; o da Dilma mesmo com as pesquisas a favor não conseguiu fazê-la próxima ao povo, pois, sempre ficou na sombra do bem avaliado Lula. Por outro lado, Serra, mesmo velho frequentador de palanques, não percebeu que seu tom professoral não empolga; Dilma não conseguiu entender os palanques, mesmo porque nunca se utilizou deles antes. Talvez, com o tempo, os dois desenvolvam discursos mais interessantes. O pior nesta história é que o povo terá de esperar esse aprendizado para conseguir entender até onde pretendem chegar. E assim a frustração vai continuar. Queira Deus que o eleito possa nos surpreender positivamente.
Amanhã é dia de eleição e, todos aqueles que nos preocupamos com o bom desempenho de nosso país devemos fazer nossa escolha. Fazer uma escolha democrática, sem sustos e medos, confiando que nossa Constituição será respeitada e que ao final dos próximos quatro anos possamos estar escolhendo, novamente, quem nos governará e que pelo menos uma boa reforma política tenha sido feita, para que os candidatos de então possam ser escolhidos pelas bases e não ungidos pelos caciques. Uma boa forma de diminuir a frustração.
Quanto a Dilma se for eleita, e por ter sido discípula de Brizola, é bom que a mesma se lembre bem de uma frase de seu mestre: “Todas as crianças deveriam ter direito à escola, mas para aprender devem estar bem nutridas. Sem a preparação do ser humano, não há desenvolvimento. A violência é fruto da falta de educação.” Isso mesmo, pelo que tenho lido sobre a vida da Dilma, passei a entender que ela deverá, por aprendizado, aplicar muito do que Brizola pensava. E, quanto ao Serra se for eleito, e por ter sido companheiro de Franco Montoro que se lembre sempre do que ele dizia: “Ninguém vive na União ou no Estado. As pessoas vivem no Município.”
E, essa do Ulisses Guimarães serve para que os dois e os eleitores se lembrem, sempre, e ao mesmo tempo: “O eleitor não deve nunca esquecer que é o mandante. O eleito é simples mandatário”.
Escrito e pensado assim pelo articulista, sempre torcendo para que tudo transcorra de maneiras, ações e formas positivas, meu caro leitor, vá lá e vote.
Enquanto isso aqui em Votuporanga vamos convivendo com nossas boas possibilidades, mesmo que alguns em algum momento tentarem distorcer ou denegrir alguns trabalhos. Mas, o direito de contestação e de divergência é uma das bases das sociedades democráticas e precisa ser respeitado. Os excessos quando houverem deverão ser motivo de arguição judicial. Ou seja, aquela velha história “quem fala o que quer sem saber o que fala, se sujeita a ouvir o que não quer de quem saiba o que fala”. Por isso, todos, em qualquer tempo devemos sempre ter o cuidado de não injuriar pessoas, mesmo porque o respeito ao ser humano deve ser um dos bons princípios de quem os aprendeu no seio da família, na sociedade ou na religião. Somente os maus intencionados não aprendem assim.
E, por falar em bons momentos, boa parte da Amazonas já vai ficar sem barro, o Juninho vai ficar com as orelhas menos quentes e por isso vai acelerar a solução da ponte do Marinheirinhoo. Do contrário as orelhas esquentam de novo.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados