Dia 15 de outubro comemora-se o dia do professor. Para tratar de uma data tão importante, quero voltar ao passado, mais precisamente na escola Sarah Arnold Barbosa (SAB) nos anos 70. Como você pode notar, não sou mais um menino. O tempo passou rápido, porém, guardo boas lembranças daquela época, principalmente do momento da chegada à escola para o início da minha jornada acadêmica.
Do núcleo familiar para a vida em sociedade foi uma mudança brusca, mas adaptei-me logo, pois sempre fui de fácil amizade. Não tive dificuldades de me interagir com alunos e alunas de outros bairros. Conheci pessoas incríveis num período bom da vida e que deixou muita saudade. Muitas dessas pessoas nunca mais encontrei, tudo por culpa do tempo que segue seu curso e acaba por nos distanciar uns dos outros.
Lembro-me com carinho de Dona Eunice, minha primeira professora. Jamais vou esquecer da forma carinhosa como nos tratava. Com paciência e um jeito todo especial ia conquistando o apreço de cada um. A antiga cartilha utilizada, as primeiras letras e palavras. As frases eram uma questão de tempo. Era a descoberta de uma das formas mais antigas de comunicação entre os seres humanos tomando conta de cada aluno.
Na memória, trago um sentimento de pura gratidão por uma pessoa que me ensinou a ler, escrever e principalmente pensar. Enquanto isso, a classe ia se unindo, e com o passar dos dias já éramos uma grande família que não via a hora do recreio chegar para brincar de um lado para o outro. Algumas brincadeiras daquela época raramente se vê, e também não fariam o menor sucesso num mundo onde os jogos eletrônicos são a grande sensação.
Em casa ainda não tinha televisão, e o programa preferido era a novela de rádio que minha mãe não perdia por nada nesse mundo. Meus irmãos mais velhos curtiam Beathes, Elton John, Evaldo Braga e tantos outros cantores numa sonata da marca Phillips que tocava dia e noite sem parar.
E na escola os anos foram seguindo bem depressa. Passei com muito orgulho pela escola MIMO, José Manoel Lobo até concluir meu curso superior na hoje reconhecida Unifev. Ao longo do percurso, tive o privilégio de ter como professores Luzia Zirundi, Josefina Honsi Bernardes, Maria Lúcia Vargas e Izilda Gorayeb. Vieram mais adiante Sandra Toscano, Rubinho, Cristina, Maria Celina Trevisan, Iraci Igaiara e muitos outros nomes não mencionados neste artigo, mas de imenso valor e que marcaram não só a minha vida, bem como a de milhares de outras pessoas que sonhavam em alcançar objetivos.
Cada professor tinha o seu jeito de ser e de transmitir seus conhecimentos tirando o melhor de cada aluno. As aulas com muitos exercícios, trabalhos, momentos de descontração com os mais engraçados, e a tensão das provas estão gravados na memória. Por essas e muitas outras razões, é que não podemos dizer que conquistamos algo sozinhos na vida. Se somos o que somos, obviamente, tivemos a figura de cada um desses incansáveis professores ao nosso lado para nos mostrar que existem caminhos para quem acredita e persiste.
Tenho profundo respeito e admiração por quem escolhe essa carreira. Somente o amor por formar vidas pode explicar o fascínio de muitos para entrarem numa sala de aula e compartilhar o saber.
A você professor, mestre, facilitador, orientador, que cabe a missão de construir a identidade de um povo na busca de mundo mais igual, nossos mais sinceros agradecimentos. Faço das minhas palavras o sentimento de milhares de pessoas por esse mundo a fora. Aos mestres com carinho. Parabéns pelo seu dia.
José Carlos do Lazão - Vereador em Votuporanga