No ano passado eu escrevi um texto que foi publicado por este periódico que dizia sobre a memória fraca do povo brasileiro. Na oportunidade, eu comentava sobre o José Roberto Arruda dentre outros.
Agora com a eleição de Dilma Rousseff, parece que a amnésia continua. Fiquei estarrecido, apesar de não surpreso, quando vi a cara deslavada do senhor Antônio Palocci que foi um dos coordenadores da campanha e com certeza estará no novo governo.
Com ele estará também o José Dirceu, um grandiosíssimo ex-deputado, ex-guerrilheiro, ex-mensaleiro, dentre outros adjetivos que faz com que sua vida tenha uma biografia muito rica, aliás, muito rica mesmo!
Antes que a amnésia seja geral, vou lembrar-me de mais alguns nomes que estão aparentemente adormecidos, porém não extintos: Luiz Gushiken, João Paulo Cunha, José Genoíno, José Eduardo Dutra, José Eduardo Cardozo, além de José Mentor e Aloizio Mercadante.
Tudo é festa na capital, e enquanto isso, nada foi feito e dificilmente será em prol da agricultura. A nossa região hoje conta com mais de uma centena de produtores totalmente quebrados, com suas máquinas enferrujando e sem nenhuma perspectiva de mudança.
O populismo desenfreado, que contraria toda e qualquer sustentabilidade social faz com que o Brasil caminhe a passos largos para um empasse: é notório que a classe baixa do país conseguiu um poder maior de compra, todavia nenhum banqueiro quebrou nos oito anos do governo Lula. Aliás, os bancos bateram recordes de faturamento no período.
Toda a festa das “bolsas” de ajuda à população saiu da classe média, que agora é média baixa e poderá cair ainda mais. A quem diga que a burguesia está muito brava com o presidente. Discordo, pois a burguesia está muito bem, com os incentivos do BNDES, dentre outros.
As taxas de juros continuam altas, o volume de impostos é absurdo, e Dilma já acena para volta da CPMF.
Os candidatos a presidente passaram todo o segundo turno se acusando de leis sobre o aborto, e nada foi proposto para o desenvolvimento agrícola do país. Se não atentarmos para este fato, vamos ter que chupar cana, pois os EUA já estão léguas à frente na produção de etanol de milho, enquanto nós não conseguimos plantar 30.000 hectares do grão em nossa região.
Hoje temos um combustível pior do que o paraguaio, temos uma malha viária igual a países que estão em guerra, temos um nível escolar absurdamente baixo (88º lugar no ranking mundial), e vivemos numa onda de progresso igual ao início dos anos setenta, onde tudo era camuflado.
É incrível como os jornalistas da TV Globo, passaram a tratar a então candidata e seus percentuais. Impressionante como o jornalista Alexandre Garcia ficou eufórico em seu programa de acompanhamento das apurações.
O fato é o Brasil precisa de uma seriedade maior em suas administrações, seriedade esta que também não se encontra no PSDB, pois um dos maiores partidos do Brasil, não consegue união interna. Eu já vi este filme no PMDB, que se tornou um partido retalhado por ideologias regionais, e que nem de longe lembra o movimento que lutou pela democracia.
Antônio Lima Braga Júnior - Votuporanga - toninho.braga@hotmail.com