José Eduardo B. Oliveira
Ao acompanhar o movimento envolvente deste final de semana com a inauguração da Estação de Tratamento de Esgoto, uma obra milionária para a solução de um problema que estava denegrindo a boa imagem da cidade, estou convencido de que os “tucanos” daqui são mais comprometidos (e mais sérios, também) do que os colegas partidários que governam o Estado.
Estou orgulhoso da vista panorâmica que vai ganhando a rua Amazonas com ares de um grande centro turístico, de belezas naturais e de formas arquitetônicas modernas. Quem passa pela avenida do Assary, entusiasma-se ao constatar que homens trabalham numa empreitada no Centro de Lazer, onde segundo consta, uma obra direcionada à cultura, no centro do lago, vai transformar também o aspecto urbanístico daquele aprazível recanto. Nos últimos anos, a transformação da cidade tem sido notória. Passem pela Avenida República do Líbano, além do Cemitério, ou vá pela Avenida dos Bancários para conhecer o Centro de Convenções e o novo Teatro Municipal. Aos poucos a cidade vai se transformando numa verdadeira metrópole.
Dá gosto ler na imprensa de que o prefeito Marão tem muita pressa e não se conforma com a burocracia existente no cumprimento de uma licitação, já que acostumado na vida empresarial ele tem o costume de contratar os serviços e acelerar a mão-de-obra. Infelizmente, o governo do Estado não tem essa visão política e se presta ao serviço com fins meramente eleitoreiros, como foi o caso da duplicação da rodovia.
Alguns políticos que tiveram a oportunidade de ocupar a cadeira de governador, mesmo que em mandato tampão, mostraram serviço a ponto de credenciá-lo a continuar no cargo. O exemplo mais recente disso é do próprio Geraldo Alckmin, que ao assumir o posto de Mário Covas se fixou posteriormente como titular no Palácio dos Bandeirantes. Parece que esse não é o caso do atual governador. Pelo menos se depender de uma avaliação do seu trabalho na nossa região.
O episódio da duplicação da rodovia foi mais um engodo político. Houvera o governador feito o anúncio da duplicação num palanque político ninguém teria acreditado. Mas, pelo visto, foi uma manobra perfeita. Véspera de eleição, recinto fechado, assinatura de contrato, presenças de prefeitos e lideranças políticas. Até as empreiteiras armaram postos para dar início às obras. Passadas as eleições continuamos na estaca zero. E pelo visto Alberto Goldman vai embora do Palácio sem abrir um palmo da segunda pista.
Louva-se, a sinceridade da deputada Analice Fernandes em antecipar para os seus fiéis eleitores que a obra não sai em 2010. A mulher é sincera e não consegue mesmo sendo política fazer coro às manobras dos profissionais. Semeghini tentou contestá-la, dizendo que a obra ainda começa este ano. A deputada pareceu-nos mais segura. De qualquer forma, o sonho fica para o ano que vem. Janeiro não. Talvez de março para frente. Talvez.
Resta-nos despedir do governador Goldman. Aquele que lançou o início da duplicação da rodovia “de imediato”. E foi aplaudido de pé. Desse a gente jamais esquece.
José Eduardo B. Oliveira - joedo@ig.com.br