São Paulo acaba de realizar o II Encontro Internacional de Tecnologia e Inovação para Pessoas com Deficiência. A combinação da exposição de tecnologias assistivas e dos diversos seminários, com palestrantes e pesquisadores dos principais centros brasileiros e internacionais voltados para o setor, foi mais um importante passo para que tenhamos cada vez mais e melhores meios para promover a inclusão das pessoas com deficiência.
O uso da tecnologia em busca de uma sociedade mais justa e rica em oportunidades para todos deve ser uma obsessão. As possibilidades tecnológicas na área são praticamente ilimitadas e suas realizações já impressionam.
Cadeiras motorizadas que podem ser controlada pelo sopro e com interface absolutamente acessível para utilização de laptops e outros suportes, uso da tecnologia digital para permitir que cegos tenham irrestrito acesso a livros, técnicas de reabilitação que permitem a deficientes desenvolverem sua autonomia e recuperarem sua autoconfiança são alguns dos exemplos que podemos citar e que já são amplamente utilizados.
Ao mesmo tempo que devemos buscar a excelência do desenvolvimento tecnológico, é preciso baratear ao máximo o preço desses novos produtos, a fim de que eles não se limitem à exposição em feiras e ao uso de alguns poucos que podem pagar preços muito elevados. Nesse sentido, a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência vem firmando parcerias para desenvolver tecnologias no Brasil que permitam o barateamento desses produtos.
O conceito de tecnologia assistiva tem como base filosófica os preceitos de vida independente, no sentido da busca constante por maior autonomia e, como conseqüência, por maior inclusão de todas as pessoas, contempladas em sua diversidade de condições, características e capacidades.
Por fim, é preciso citar a importância do Desenho Universal. Conceito surgido nos anos 1990, prevê critérios para que edificações, ambientes internos, urbanos e produtos atendam o maior número de usuários possíveis. Muitos desses avanços puderam ser observados durante o Encontro Internacional. Muitos outros já podem ser vistos no nosso dia-a-dia, com as pessoas com deficiência cada vez mais presentes nos espaços de lazer, esporte, cultura e trabalho. Nesses ambientes, a tecnologia mostra a sua face mais admirável. Mostra a sua face humana.
Cid Torquato é coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência