Quanto prazer eu sinto toda vez que vou ao Centro Cultural Jornalista “Nelson Camargo”, a começar pela inauguração! Sempre há uma surpresa agradabilíssima por lá, nos eventos promovidos pela Secretaria de Cultura.
Em setembro assisti encantada à apresentação de “As noivas”, de Nelson Rodrigues. Quanta risada, que bela montagem, atores, som, figurinos, tudo enfim... Fui com dois amigos chilenos que por aqui estavam hospedados. Fiquei engrandecida e orgulhosa de poder, ainda que indiretamente, proporcionar-lhes uma tão bela obra nacional, encenada em nosso belíssimo teatro.
Depois, já neste mês de novembro, fui com colegas de curso prestigiar a peça dirigida pelo Professor Eduardo Catanozi, “Rasto Atrás”. Emocionante, também muito bem encenada e dirigida.
Ontem à noite [domingo], atraída pelo nome de Adoniran Barbosa e suas belas composições, dirigi-me novamente ao Centro Cultural. Cheguei lá passavam alguns minutos das 20h e a Sra. Marinês fechava as portas principais. Por ela soube que antes da obra sobre Adoniran, prevista para iniciar às 20h30, se apresentaria um artista chamado Márcio Zarsi. Entrei já com as luzes se apagando e o artista no palco. Procurei um lugar logo à frente e...
Quanto prazer! Que prazer! Esse moço, jovem, possui uma bela presença cênica, tem carisma, é simpático, toca com graça e acima de tudo, tem uma bela voz! Escolheu um repertório belíssimo, feito de músicas compostas nos anos duros da ditadura brasileira, por artistas da nossa música popular brasileira. Geraldo Vandré, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Ronnie Von e tantos outros, cujas músicas marcaram minha meninice e começo de adolescência.
Que graça, que encanto, que noite alegre e emocionante proporcionada pelo Márcio, a quem agradeço do fundo do meu coração, por cantar essas músicas tão lindas e com tanto significado para a minha geração. Foi um “revival” de sensações sonoras e visuais, posto que, ao fundo imagens daquela época se sucediam conforme a música. Até os Beatles “compareceram” na noite de ontem, e vários artistas da Jovem Guarda.
Onde estão os empresários do setor musical que não “descobriram” o talento e o potencial desse artista da terra? Ele merece, com certeza, o sucesso e o reconhecimento de sua voz.
Quanto ao espetáculo encenado pela Cia 3 de Paus, “Adoniran”, foi o que eu já esperava pelas críticas que acompanham esse grupo: sensacional! Só me espanta que muitos prefiram ficar em casa assistindo ao Faustão e ao Fantástico, perdendo espetáculos dessa categoria, e que são, sobretudo, com entrada livre ou com preços bem módicos. Eu garanto uma coisa: assistir e ouvir coisas assim, como as de ontem à noite, faz com que os sonhos sejam bem agradáveis e a semana comece com muita alegria e paz no coração. É, pois, para repetir sempre. Parabéns à Municipalidade e ao Governo do Estado pelo Circuito Cultural Paulista. É disso também que o povo precisa para se educar.
Norma Moura é advogada, empresária e estudante