Como homem público, compreendo perfeitamente a função da imprensa, que não foge muito às responsabilidades de tantas outras profissões e até mesmo da política. Informar, prestar serviços, fiscalizar, pugnar pela Justiça e tantas outras sagradas atribuições. Entretanto, lá como cá, existem aqueles que desconhecem os postulados da ética e, arvorando-se na liberdade de expressão, cometem desatinos, espalham inverdades, disseminam a discórdia e tentam implantar o caos. A liberdade impõe limites, dentre eles, os deveres. E dentre os deveres, o principal é o respeito ao próximo. Assim, não se pode admitir que jornalistas ou pseudo-jornalistas se utilizem de seus órgãos de comunicação e informação para ataques sem fundamentos e sem provas. Não, liberdade de imprensa não é isso, um País Democrata corresponde um Estado de Direito, em que não se pode valer tudo.
Não tenho nada contra ninguém, porque não há quem me impeça de exercer, com dignidade, o meu cargo. Tenho sim contra os arrogantes, prepotentes, desumanos e inúteis, que querem fazer da mentira o seu ideal de vida. Não sou contra a imprensa, mas contra pseudo-jornalistas, que se arvoram em salvadores da pátria, quando o que lhes interessa é o seu próprio umbigo, a sua vaidade e o seu sonho de, um dia, deixar de ser pedra para tentar ser vidraça. O advento da internet abriu possibilidades maravilhosas de informação e de independência, entretanto a rede de computadores também tem servido para aqueles que, despidos de qualquer moral, utilizam-na como esgoto de suas consciências. Os chamados blogs permitem manobras perfeitas de assassínio de caráter, porque dá roda livre ao anonimato e à covardia, que são a arma atômica dos boateiros e caluniadores.
Há vasta literatura sobre o tema, para compreender que a liberdade de imprensa, a liberdade de expressão, a liberdade artística e todas as demais liberdades têm limites, sejam eles jurídicos, morais ou de bom senso. Os profissionais devem agir, acima de tudo, com dignidade e lisura, pois que deve existir, acima de tudo, uma relação estreita entre a informação e a Ética, pois a informação não pode existir sem informador e a veracidade é o fundamento essencial da informação. Hoje, infelizmente, existe um tipo de profissional que se acha acima da lei e que vive em constante fogo cruzado, muito mais interessado em transformar as cidades num campo de batalha. Por conta disso, acostumou-se a violar, a ultrapassar os limites do corretamente aceitável e, ao invés de trabalhar para informar, esgueira-se para espiar, numa vã tentativa de descobrir segredos e, sem lograr sucesso, aumenta ou levanta especulações descabidas, movido apena pela intenção de denegrir ou tentar arrasar com a imagem deste ou daquele político, desta ou daquela empresa. Para esses maus profissionais, só o desprezo e o rigor da lei.
Cabo Valter, (* Vice-prefeito de Votuporanga)