erá que estamos na moda ou fora dela? Será que vivemos um mundo onde só prevalesce acertos harmônicos e racionais ou ainda não desgrudamos dos erros primitivos? Hoje eu pretendo falar de coisas fora de moda. Olha, se não estivesse fora de moda eu iria falar do amor ao próximo. Aquele amor que brota no coração das pessoas quando crianças mas que não se envenena ao longo de suas vidas. Claro que você sabe do que estou falando. Esse amor já brotou dentro de você uma dia. Não sei se você o alimenta ainda, mas eu torço para isso. Se não estivesse fora de moda eu iria falar de respeito, aquele comportamento que embriaga as pessoas quando crianças e que ao longo dos dias despede-se aos poucos para nunca mais ser praticado e para sempre ser esquecido. Se não estivesse fora de mora eu iria falar de sinceridade, aquela coisa que enobrece cada indivíduo que incansadamente dela faz uso. É arma pesada contra a ingratidão. É o doce comportamento de uma pessoa que tem reconhecimento pelos atos benevolentes e atitudes discretas que gratuitamente recebe. Se não estivesse fora de moda eu iria falar de amizade. Essa coisa de fácil entendimento que as pessoas sentem umas pelas outras quando a convivência lhes aproxima. A amizade é um cordão prateado que Deus vai amarrando nos corações de Seus filhos para que eles não se distanciem, mantendo-os com uma vontade enlouquecida de repartir coisas e conquistas, repugnando retê-las por egoísmo. Se não estivesse fora de moda eu iria falar de humildade. Essa coisa mágica que impregna o coração das pessoas e não lhes permite ultrapassar os limites da arrogância. Se não estivesse fora de moda eu iria falar de solidariedade. Esse sentimento de simpatia, ternura ou piedade pelos desprotegidos, pelos que sofrem ou pelos injustiçados. É uma ferramenta de apoio na mão de indulgentes que se dedicam a compreendê-la para amar cada vez mais os deficientes de amor. Se não estivesse fora de mora eu iria falar de gratidão. “Quem acolhe um benefício com gratidão, paga a primeira prestação da sua dívida”. A gratidão é o máximo que se pode receber quando se pratica um ato de amor doando seu tempo para quem dele precisa. Se não estivesse fora de moda eu iria pedir à pessoa que praticou a destruição da imagem de Nossa Senhora Aparecida frente à Catedral que não seria esse o melhor caminho para protestar contra uma sociedade que não lhe dá ouvidos. Precisamos compreender que a sociedade espera que cada um caminhe com suas próprias pernas em busca de seus dignos propósitos . A imagem será reposta e as pessoas que creem não adoram o barro ou a louça de que ela foi feita, apenas veneram o que ela representa. É como se perdêssemos uma fotografia... Tiramos outra. A segunda foto nos representa tanto quanto a primeira. O que o ilustre destruidor precisa compreender é que há outras formas de se dizer não. Se ele tivesse pensado nas palavras que cairam de moda a que me referi no texto: amor ao próximo, respeito, sinceridade, amizade, humildade, solidariedade e gratidão, talvez não tivesse consumado seu protesto de forma indesejável. Se você não é adepto de um seguimento religioso, pelo menos respeite, assim a sua fé religiosa também será respeitada. Jamais vamos construir um mundo melhor destruindo o que é dos outros ou alimentando ódios. Recordo-me de um exemplo de um empresário agricultor, de pouco estudo, que todos os anos era premiado pela qualidade do milho que produzia em sua propriedade. Perguntado qual a fórmula do seu sucesso, respondeu serenamente: é simples. O vento apanha o pólen do milho maduro e o leva de campo para campo. Se meus vizinhos cultivarem milho inferior ao meu, a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Se eu quiser cultivar milho bom, eu tenho que ajudá-los a cultivar o melhor milho, cedendo a eles as melhores sementes. Em outras palavras, aqueles que escolhem estar em paz devem fazer com que seus vizinhos estejam em paz. Aqueles que querem viver bem devem ajudar os outros para que vivam bem. Aqueles que querem ser felizes devem repartir a felicidade com todos, pois o bem-estar de cada um está ligado ao bem-estar de todos. Quando praticamos isso nada fica fora de moda.
Professor MSc. Manuel Ruiz Filho - Votuporanga - manuel-ruiz@uol.com.br
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