Dr. Rogério Dutra Bandos
A única certeza sobre o futuro é que ele é incerto, e prevê-lo é assunto para profetas. O destino da humanidade sempre esteve e estará relacionado à medicina de sua época. Nos últimos tempos, a área médica vive grande avanço científico e tecnológico. Já no aspecto ético-moral, não se pode dizer o mesmo, com poucos progressos, e muitos regressos, desde os tempos de Hipócrates (460-377 a.C.), o pai da medicina ocidental. Fala-se muito hoje em humanização da medicina, e claro que isso é louvável. Entretanto, o termo “humano” enquadra-se melhor quando utilizado como substantivo, relativo ao Homo Sapiens, do que como adjetivo, sinônimo de bondoso, fraterno. Afinal, ira, ganância, ódio e afins são também características humanas (demasiado humanos, como diria Nietzsche) - algumas mesmo exclusivas - e não combinam em nada com o que se espera da arte da cura. Melhor seria dizer sutilização da medicina, pois dicionários definem sutil como sensível, tênue, perspicaz, delicado, hábil - exatamente como deverá ser o exercício da medicina doravante.
Mentes e olhos abertos observam na medicina importantes mudanças atuais e tendências futuras. Muitas doenças infecciosas e alguns tumores já não são tão freqüentes como outrora. O progresso trará grande informação à população, melhores condições nutricionais, sanitárias; diagnósticos precoces e tratamentos mais eficientes. A engenharia genética e a utilização de células-tronco ainda engatinham, mas já se mostram promissoras. A medicina preventiva ampliará seu leque de ação e sua importância, facilitando e diminuindo o trabalho das ações terapêuticas. Velhas e “grosseiras” doenças deverão ter seus dias contados, tendendo a desaparecer algum dia. Caberá, então, ao médico, saber cuidar também dos aspectos mais sutis do ser humano. Aqueles chamados hoje de tratamentos alternativos ou complementares deverão ocupar um papel de maior importância dentro da medicina. homeopatia, acupuntura, fitoterapia, oligoterapia, medicina psicossomática, quântica, vibracional e ayurvédica são alguns exemplos de terapias sutis - umas recém-nascidas, outras seculares. Todas dão grande importância aos aspectos psicológicos, emocionais e espirituais do enfermo, sem relevá-los ao segundo plano ou dissociá-los dos aspectos físicos, formando uma visão sistêmica integrada e completa do indivíduo. Sejamos bem-vindos ao futuro.
Dr. Rogério Dutra Bandos médico otorrinolaringologista e homeopata
Colaboração: Fábio Luis Ferrari de Souza Fisioterapeuta Acupunturista