“Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá” (Gonçalves Dias).
Na nossa terra tem uma rua com palmeiras, onde, além do canto do sabiá, gorjeiam outras aves e, também, proporcionam um visual alegre para os que passam por ali. É a Rua Amazonas, centro vital de nosso comércio e uma das maiores marcas da cidade, desde sua fundação. A Rua Amazonas que proporcionou o apelido de Vila Linguiça, passagem obrigatória de todos que chegavam por aqui ou transitavam para o fundo do sertão. A Rua Amazonas, que se pudesse falar contaria histórias interessantes, diria que conheceu os fundadores, os admiradores e os abnegados pela cidade, a juventude do passado e a atual, os famosos desfiles e fanfarras das escolas, os grandes carnavais, as passeatas políticas, os arautos de circos, etc.
Mas, ao mesmo tempo, mesmo agora que recebeu uma reforma geral, ficando lindíssima, a própria rua iria contar que no passado, não muito remoto, até porque aqui não existe nada tão remoto, muitos já fizeram para que ela se firmasse como a grande rua do comércio e da economia de toda essa região. Sem lembrar de muitos e sem desvalorizar quem quer seja, pois todos foram muito importantes, vamos falar de algumas iniciativas significativas até os anos 60, realizadas na extensão dessa rua: o prédio do Budin, onde foi a Loja Riachuelo e abrigava no andar superior a Rádio Clube; a construção do Hotel Vespa; em 1946 ou 47 o envidraçamento da concessionária de caminhões do Felicinho, trabalho executado pelo Faiez Habimorad; o prédio da Casa Baki, nos final dos anos 50, início dos 60, pelo Sr. Kashiwabushi, pai da Alice da Casa Baki; o prédio do Dias Martins; o Hotel da família Matos, um arrojo para a época; o posteamento e iluminação idealizado e realizado pelo Cristóvão de Haro, presidente da ACV, com ajuda total dos comerciantes; os prédios do Banespa e do Banco do Brasil; a concessionária Ford do Hilário Sestini, a concha Acústica, a Igreja Matriz. Tudo isso, sem esquecer os grandes marcos que foram o Cine Votuporanga do saudoso e intrépido Manoel Mata e a Prefeitura construída pelo João Leite.
Por favor, se deixei de anotar algum outro fato marcante, me desculpem e me avisem para que em alguma outra ocasião eu possa lembrar aos leitores. Vejam bem que não estou lembrando empresas e pessoas, mas sim realizações materiais, tal qual essa formidável obra de revitalização da Rua.
E, aproveitando que estamos comentando de um momento importante e feliz de nossa cidade, não podemos deixar de lembrar que, quando uma população se acostuma com benefícios reais e bonitos como esse, sem dúvida, todas as outras obras que vierem em seguida deverão seguir um padrão de bom gosto, para que não sejam desmerecidas. Nesse assunto a aposta do Juninho é muito alta, porém, como o mesmo é um sonhador inveterado e tem como companheiro o Carlão, ex-Prefeito e nosso Deputado Estadual, que também gosta de ver a cidade avançar, podemos ter certeza que tudo que virá por aí vai sempre trazer mais benefícios para o povo.
E, também, dando sequência a um assunto que vez por outra cutuco por aqui, que é sobre o futuro político da cidade, pois, sem dúvida, eleições se sucedem, os anos passam e, aos que pretendem, no futuro, pleitear e conseguir algum cargo saibam que precisam manter acesa a chama de arrojo que sempre foi, também, uma das marcas da cidade, praticadas por pessoas daqui, alguns que já se foram e outros que ainda estão entre nós.
E, também, que todos se lembrem das dificuldades e incertezas na realização dessa obra que agora ficou pronta, que o nosso jovem Prefeito teve a humildade de ouvir críticas e superá-las, sobretudo com paciência e educação. Que todos lembremos que o apoio da Associação Comercial foi importantíssimo e que o sacrificio dos comerciantes ao terem de enfrentar barro, poeira e barulho, uns ficando bravos, outros levando na esportiva, foram fundamentais para que o Prefeito pudesse levar avante essa linda obra.
Gonçalves Dias escrevia no final de sua canção: “Não permita Deus que eu morra, / Sem que eu volte para lá, / Sem que disfrute os primores que não encontro por cá, / Sem qu’inda aviste as palmeiras, / Onde canta o sabiá”.
Que sorte a nossa, não estamos em outras terras como o poeta, e assim podemos desfrutar o visual da nossa Amazonas, com suas palmeiras, encontrando o povo amigo da cidade, percebendo o pulsar de nosso progresso, e nos orgulhando de fazer parte daquela que um dia foi uma vila no sertão e hoje serve de exemplo para todo o Brasil. Sem ufanismo, mas constatando uma realidade, deixo uma pergunta da qual já sei a resposta: Votuporanga é bacana, não é?
Parabéns Rua Amazonas, você é uma Marca.
Nasser Gorayb é comerciante e escreve neste espaço aos sábados - nasserartigo@terra.com.br