Professor MSc. Manuel Ruiz Filho
Embora o mundo todo tenha avançado em todas as áreas nos últimos anos, os problemas não serão e não deverão ser solucionados nunca. Seja na área do desemprego, da violência, da criminalidade, poluição, saúde, educação, desigualdade social, habitação, etc., os problemas acontecerão de formas diferentes para cada pessoa ou para cada família. Particularmente para quem vos escreve, problemas ‘deverão’ existir sempre. A busca da solução do problema é que nos alimenta vivos, nos deixa de pé, nos alerta e nos motiva ocupando o espaço que estaria reservado ao ócio, mal que não temos a medida certa do seu tamanho e de suas consequências. Não tenho dúvida que a ausência de problemas é causadora de catástrofes sociais. A violência cresce a cada dia em todas as cidades do mundo. Os crimes estão cada vez mais presentes na vida das pessoas, a mídia mostra isso todos os dias. Furtos e roubos, agressões físicas são manchetes em todos os jornais. Os praticantes do crime sejam lá qual for são pessoas sem problemas. Se os tivessem estariam preocupados com eles, tentando resolvê-los e não estariam à mercê da vadiagem. É comum ouvirmos relatos intrigantes de pais dizendo que: “não sei o motivo que meu filho fez isso. Ele tem de tudo. Dinheiro para comprar o que bem entender, tem carro, casa para morar, estudo pago, sai e volta na hora que quer, usufrui de todas as regalias de sua idade! Francamente, não entendo”. É exatamente isso que faz do seu filho um desocupado e sem problemas. Quando os problemas não existem, eles inventam o que fazer e fazem exatamente o que não devem. Ferem o sossego da família e da sociedade. Não se importam com consequências porque dificilmente se sentem atingidos por elas. Quem passa a suportar o ônus da conta são os pais que precisam ‘socorrer’ aqueles que foram pelos filhos, afetados. Os filhos aprendem a beber, a fumar, a frequentar lugares inadequados, a ingerir ou aspirar produtos químicos apelidados pela maioria das pessoas como drogas. Isso é toda e qualquer substância, natural ou sintética que introduzida no organismo modifica suas funções. As naturais são obtidas através de determinadas plantas, animais e de alguns minerais. As sintéticas são fabricadas em laboratórios. Mas todas são males que a sociedade consome pela falta de problemas. A juventude é vítima dessa inconveniência em função da desocupação proporcionada pelos próprios pais, que os abastecem com todas as ferramentas para o ‘não trabalho’, evitando que tenham seus próprios problemas e aprendam a resolvê-los. Lembro-me um fato importante na criação dos meus filhos. O mais velho foi embora primeiro. Seus objetivos profissionais foram definidos por ele e para isso precisava afivelar suas malar e partir. O coração dói. A alma chora. Mas ele tinha que aprender a viver e eu precisava proporcionar isso. Quase todos os dias eu ouvia de sua mãe a seguinte pergunta: será que ele está bem? Será que não está faltando nada? Preocupação de mãe é coisa sagrada. Ela sempre procura dividir com os filhos os problemas que são só deles. Eu dizia: Calma, nós lhe demos todas as ferramentas para alimentar seus sonhos. Agora é a vez dele poder utilizá-las. Ele precisa aprender que a vida é cheia de problemas e a solução de cada um deles faz parte do seu aprendizado. Se o problema lhe aparecer muito grande ele divide com a gente. Aí sim, podemos emprestar parte do que aprendemos e ajudá-lo. Felizmente nem precisou de ajuda porque aprendeu desde cedo que o sucesso não se resume na ausência de problemas, mas na força que você cria quando se propõe resolvê-los.
Professor MSc. Manuel Ruiz Filho
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