Quando o então Deputado Roberto Jeferson denunciou o mensalão, houve uma grita geral no meio político e nós aqui de baixo apenas ficamos assistindo o barulho. Passados alguns anos ainda não apareceu solução para o problema. Sabe-se lá se vai haver, mesmo porque o corporativismo é grande e os interesses envolvidos maiores ainda. Mas que o cara denunciou e até hoje sustenta, isto, é um fato que podemos constatar através do noticiário.
Agora, o Deputado paulista Roque Barbieri enfia o dedo na ferida das vendas de emendas. Se isso existe ou não, é assunto para os outros Deputados ou para a polícia. Acontece que a questão está colocada publicamente. O caboclo simplesmente diria: “onde há fumaça, há fogo”.
Faço os comentários acima apenas para provocar uma discussão, ou levantar uma questão que poderia ser interessante conforme o entendimento de cada um. Sistematicamente lemos nos jornais que Presidente da Republica e Governadores são pressionados pelos legisladores por culpa das tais liberações de verbas. Façamos então uma pergunta: E, se ao legislador não fosse dado o direito de colocar verba nenhuma? Será que ele não ficaria mais liberado para votar assuntos de interesse do povo, pois, estaria isento da chantagem de que determinada “verbinha” seria liberada ou não? Será que a forma desses legisladores se dirigirem aos seus eleitores não seria mais madura e inteligente, do que ficar trocando votos por verbas? Será que com isso não teríamos melhores legisladores e as Leis votadas seriam menos oportunistas e algumas menos esdruxulas? Sei lá, podemos fazer por ai um monte de perguntas e, conforme o pensamento de cada um encontraremos um monte de respostas.
Alguém pode perguntar após essas questões do parágrafo anterior: E quem vai defender as necessidades dos municípios? Eu responderia: Se houvesse o voto distrital e o Legislador dependesse de apenas uma região para se eleger e, o Estado tivesse uma política seria e equilibrada de distribuição de recursos, eles fluiriam normalmente e proporcionalmente para onde deveriam ir. O legislador, junto de outros de sua região, estaria atento para quaisquer desmandos na distribuição de verbas. São questões a serem analisadas, são atitudes a serem tomadas por aqueles que tenham coragem para tal e, até acredito que existam Legisladores competentes para isso. Claro que nesse caso, do Legislador atento e corajoso, não podem ser incluídos aqueles oportunistas que, por necessidade de votos, ficam dando uma de papagaio de pirata e procurando desagregar regiões inteiras. Sempre escrevi que, no meu pensamento e nas minhas atitudes, política é coisa séria, portanto, não tenho duvidas ao fazer estes comentários. Como muitos outros apenas penso no bem comum. Quem não entender assim que me desculpe e me entenda democraticamente.
Também, outro assunto veio de encontro aos meus pensamentos, trazido por um bom e inteligente amigo. Vamos a ele, mesmo que já tenhamos escrito sobre isto por aqui.
Vamos comentar sobre a questão de incentivos para o desenvolvimento de nossa região, e de outras desse interiorzão. Enquanto o governo paulista não oferece nada, estados vizinhos estão levando muitas empresas para suas cidades. Melhor dizendo, estão levando os empregos embora, criando riquezas no outro lado das nossas divisas. As regiões de São Paulo, Vale do Paraiba, Campinas, Santos e Sorocaba, não precisam nada disto, pois, grandes centros consumidores que são, as empresas se dirigem para ali por uma questão de simples logística. Como furar isto? Basta que o Governo do Estado abra mão de alguma coisinha e permita que algumas empresas venham para o interior. Uma questão para se pensar e lutar por ela.
Votuporanga tem um Deputado Estadual, o Carlão, que merece o nosso respeito, pela própria pessoa que é e pelo que já realizou como político e, acredito, que mesmo discordando de alguma colocação feita aqui, vai meditar e mesmo defender os pontos que entender importantes para a cidade e região.
*Nasser Gorayb é comerciante e colabora com o jornal aos sábados