A família só é Igreja doméstica quando se torna o lugar primeiro e privilegiado da catequese de iniciação cristã dos filhos. Quando transmite a fé e tem um ambiente favorável de aprofundamento espiritual e encantamento por Jesus Cristo e pelos valores do Evangelho. É o lar que proporciona aos filhos, seres em formação, o lento processo de amadurecimento humano, cognitivo e espiritual para a vida em sociedade. A família é o local privilegiado da humanidade.
Nela nos formamos como seres humanos. Se a família torna-se incapaz de cumprir essa função formadora, não adianta depois recorrer a outros meios para tentar consertar algo que os pais não fizeram. Os pais são os primeiros responsáveis para fazer do ambiente familiar um local de diálogo e afeto. Devem transmitir os valores éticos e morais aos filhos, mesmo sabendo de antemão que, numa certa fase da vida, eles irão refutar tais valores. Mas, apesar desse aparente afastamento, os pais podem ter certeza de que aquela semente de amor e bons princípios que eles transmitiram permanecerá, pois é algo perene. E será nessa base de valores transmitidos pelos pais que os filhos se apoiarão quando, ao passarem pela fase de contestação e conflitos, que ocorre em qualquer lar, resolverem estruturar sua vida adulta e familiar. É preciso muita atenção para valorizar o que há de positivo, oferecer parâmetros de um diálogo capaz de apresentar, de forma não agressiva, mas convincente, os valores que acredita sem perder a identidade, de forma construtiva. Dizer as verdades que acreditamos em meio a outras verdades que também têm direito de serem ouvidas. Considerar as várias maneiras de viver a fé hoje.
Senhor Jesus Cristo, concede às nossas famílias serem pequenas Igrejas, pela vida de fé e oração, amor ao Pai e aos irmãos, união no trabalho, respeito pela santidade do matrimônio e esperança viva na vida eterna. Amém!
* Padre Gilmar Antonio Fernandes Margotto