O número de mortes na rodovia Euclides da Cunha (SP-320) aumentou com a obras de duplicação do trecho entre Bálsamo e Três Fronteiras. A presença de máquinas e operários na pista exige cuidado redobrado dos motoristas. Dois dispositivos dos veículos se tornaram ainda mais fundamentais: acelerador e velocímetro.
Infelizmente, esses acidentes são consequência indireta da obra mais esperada pela população regional. Contudo, é pura demagogia atribuir a responsabilidade pelas tragédias única e exclusivamente ao maior empreendimento viário dos últimos anos. Viajar ao longo do trecho é um sufoco sim, mas a culpa por esse terror no asfalto são os motoristas.
Aliás, o termo “motorista” é elogio a esses infratores. Verdadeiramente são transgressores inconsequentes ao volante! Quanto maior ou mais potente o veículo em mãos pior a conduta deles no domínio do acelerador-velocímetro. Há exceções, é claro. Afirmo com propriedade por ter testemunhado várias mortes e presenciado centenas de manobras dignas da Fórmula 1 no trecho entre Rio Preto e Votuporanga nos últimos tempos.
Se você também faz esse percurso, com certeza sabe do que estou falando. Ultrapassagens forçadas, desrepeito à velocidade, manobras proibidas, e tantas outras imprudências. Isso sem comentar a pressa exagerada de caminhoneiros que nos espremem nos trechos de lentidão ou quando tentam decolar nas baixadas para tirar o atraso da viagem.
É isso. Todos sabemos da importância desta tão sonhada obra. Podemos compará-la a uma reforma de nossa casa. Durante o serviço reclamamos dos transtornos, mas a segurança, cheirinho de novo, e conforto compensam a paciência que tivemos. No caso da velha “Euclides” não é diferente. Em breve comemoraremos os benefícios.
Basta fazermos nossa parte com prudência e segurança ao volante. Que tal na próxima viagem sair um pouco cedo? Pé atolado no acelerador é um perigo constante. Vamos baixar essa estatística perigosa na estrada!
*José Luiz Lançoni é jornalista