As transformações na sociedade determinam mudanças fundamentais nas formas de composição e no papel das famílias a que ainda ha pouco era de predomínio patriarcal e assentado em laços de consanguinitude, uma unidade de produção consumo e respeito, onde todos acatavam a autoridade do chefe (gênero masculino, detentor do poder econômico, social e moral, respeitando o interesse e os costumes, proporcionando à família segurança, lazer e educação.
Como na sociedade, a família é um organismo vivo que vem passando por inúmeras mudanças, vem sendo remodelada, a família que até pouco tempo era numerosa e tinha nos filhos força de trabalho, este, voltado para área rural, tendo como atividade principal a lavoura cafeeira num período muito curto, passou por mudanças na forma de produção, e em busca de ascensão econômica e social começaram a deixar as áreas rurais e irem pra áreas urbanas, em busca de melhores condições de vida, estudo para os filhos, saúde entre outros, ocorrendo o êxodo rural (esvaziamento da área rural para as cidades, grandes centros e metrópoles) de forma desordenada, gerando um acumulo de Famílias vivendo em condições precárias de vida em moradias sub construídas em terrenos impróprios geralmente invadidos (favelas) sem infra estrutura - água, luz, rede de esgoto, coleta de lixo e sem qualificação profissional , levando os a inserção precária no mercado de trabalho, realizando “bicos”, de forma autônoma ou sub empregados sem garantias de direitos trabalhistas, quase sempre exercendo mais de uma atividade em busca da sobrevivência e sustento da família o que na maioria das vezes não conseguia suprir, momento que levou a mulher, até então responsável pela criação dos filhos e afazeres domésticos a se afastar das tarefas domésticas para exercer trabalho remunerado e ajudar nas despesas financeiras, passando a terceirizar os cuidados com os filhos para rede de vizinhos já que viviam em aglomerado de famílias vivendo em casas separadas mas num mesmo local familiares (irmãos mais velhos ainda crianças ou pessoas idosas/doentes que não conseguem mais realizar trabalho fora do lar), o lado positivo é que com a aquisição salarial da mulher a família pode proporcionar aos filhos condições de educação superior a dela o que contribuirá para romper com o ciclo intergeracional de vulnerabilidades e riscos.
A família do processo histórico para a atualidade continua a enfrentar sérios problemas nas relações familiares movidas principalmente pela falta de tempo, pois cada vez mais ela se ocupa de trabalho para manutenção de sua prole e se esquece de uma coisa essencial que é o amor, o cuidado, o carinho, a atenção o estabelecimento e manutenção dos vínculos, valores , princípios éticos, entre outros, essa falta de cuidado ou desatenção movido pelo cansaço do trabalho e compensação em bens materiais tem levado as famílias, principalmente crianças e adolescentes a um esvaziamento a um endurecimento de sentimento acentuando a violência a criminalidade a falta de escrúpulos ao alcoolismo e a drogadição ao sentimento de posse, inclusive de pessoas. As pessoas estão se relacionando a distância via on-line de forma globalizada, ao mesmo tempo em que se fala com alguém da localidade fala se também com o restante do mundo em tempo real, isto é fantástico nos possibilita muito conhecimento. Esta ferramenta de comunicação, mas também pode ser uma armadilha se não for bem usada, principalmente por crianças e adolescentes, pois vivemos a geração informatizada e se não começarmos a perceber essas mudanças e mudarmos nossas formas de agir vamos enfraquecer ainda mais a instituição família.
Todo esse processo sócio histórico desencadeou inúmeros problemas sociais as chamadas “questões sociais”, mazelas que levou uma grande parcela da população a viverem a margem como se fossem apartados da sociedade, sem os mínimos sociais para uma vida dignada. Constata-se, contraditoriamente, em tempos de evolução tecnológica e cibernética a ampliação em larga escala das desigualdades sociais que agrava a situação das famílias colocando as em situação de vulnerabilidades e riscos sociais, exigindo do Estado uma política pública mais eficaz para o enfrentamento as questões sociais postas com foco na matricialidade familiar.
A família na atualidade em conjunto com a comunidade, a sociedade e o poder público é a matriz primeira na proteção e cuidados com seus membros, promovendo e garantindo a convivência familiar e comunitária conforme preconiza a Política Nacional de Assistência Social e o (ECA) Estatuto da Criança e do Adolescente(referente a Criança e Adolescente).
O Novo Código Civil também obteve grandes avanços com a igualdade de gênero, diminuindo a discriminação e equivalendo a responsabilidade do homem a da mulher na constituição familiar. Outra conquista foi o reconhecimento a união estável entre o homem e a mulher que constitui família sem o casamento.
*Nilza Moreira Alves é assistente social